(Foto: JC Imagem) No Jornal do commercio desta quarta-feira Propalada a milhares de operários, a reunião que deveria ajudar a colocar um ponto final na greve de 23 dias das obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e PetroquímicaSuape (PQS) não aconteceu.

O encontro, que seria realizado no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasília, foi derrubado pela equipe do ministro Brizola Neto.

O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada em Pernambuco (Sintepav-PE) não foi recebido por não ter levado nenhuma proposta nova de acordo com os patrões, conforme informou a assessoria de imprensa da Força Sindical no Estado.

Sem avanço formal, a paralisação se arrasta por mais um dia.

Enquanto isso, as empresas aproveitaram o desgaste para anunciar que 70% dos 54 mil operários foram ao trabalho ontem, no intuito de divulgar um enfraquecimento do movimento.

Desde a manhã da última segunda-feira, quando foi anunciado em assembleia aos trabalhadores que haveria a reunião, o MTE afirmava desconhecer oficialmente a realização do encontro.

A Petrobras manteve silêncio absoluto e o Sindicato Nacional das Indústrias de Construção Pesada (Sinicon) afirmou que em nenhum momento havia sido convocado à Brasília.

Procurado pela reportagem, o presidente do Sintepav-PE, Aldo Amaral, comentou que “não havia novidades”, evitando se alongar nos comentários.

A briga que começou pela equiparação salarial entre funcionários de mesma função, mas de empresas diferentes, aos poucos começa a dar lugar a outras reivindicações, surgidas a partir da intensificação da greve.

O foco agora é reintegrar cerca de 800 operários demitidos desde que a paralisação foi deflagrada.

Além disso, o Sintepav-PE defende que nenhum dia dos dias parados seja descontado dos contracheques dos trabalhadores.

A greve já foi julgada ilegal pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª Região.

O ministro Brizola Neto e o presidente da Força Sindical e deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) tentaram, sem sucesso resolver o impasse.

Além disso, os ânimos de trabalhadores foram inflados contra a atuação da Polícia Militar de Pernambuco, acusada pelos sindicalistas de estar “servindo os patrões”.

Desde o começo de 2011, quando as greves viraram rotina na Rnest, já são contabilizados quase 90 dias sem obras normais na refinaria.

Isso fez com que o empreendimento andasse devagar, estando 64% pronto, segundo balanço da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).

O objetivo é que atinja 69% em dezembro.

Essa previsão foi feita antes da atual paralisação.

A Petrobras espera que a primeira etapa da Rnest comece a operar em novembro de 2014.