Por Ricardo Souza, do Blog Rede Previdência Muitos países da Ásia e África ainda sofrem com a precariedade ou mesmo inexistência de uma previdência social.

Nesses países, quando o trabalhador perde a força de trabalho e não faz uma boa poupança, fica sujeito à mendicância ou aos favores alheios.

O mesmo ocorre com as famílias dos trabalhadores quando estes morrem precocemente.

Por este motivo, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), guiada por uma política da Organizações das Nações Unidas (ONU), está conduzindo a política de estruturação previdenciária em vários países.

No Timor Leste, o responsável por esse trabalho é o auditor do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE), Dácio Rossiter Filho.

Dácio, que já foi presidente da Fundação de Aposentadoria do Estado de Pernambuco (Funape), no governo Eduardo Campos (PSB), e secretário de Administração do Recife, no governo João da Costa (PT), teve, nestes dias, seu feito registrado pela OIT, por ocasião da concessão das primeiras pensões.

Timor Leste é um país de língua portuguesa, independente em 2002, cujo líder pela libertação, José Ramos-Horta, foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, em 1996.

Confira uma entrevista com Dácio Rossiter: Rede Previdência - Como está o processo de implantação da previdência no Timor Leste?

Dacio Rossiter - Já começamos a conceder as pensões.

Esta semana devemos deferir cerca de 20.

Temos também cerca de 40 beneficiários em que há necessidade de instrução dos processos com mais documentos.

Mas, as pessoas estão aparecendo para complementar.

RP - Quais as dificuldades que você precisará superar para implantar a previdência em Timor Leste?

DR - A grande parte já superamos.

A velha falta de cultura previdenciária, política de recursos humanos ainda frágil e com poucos profissionais capacitados.

Realizamos um treinamento com esses servidores.

As instalações ainda não confortáveis e não temos internet, não existe nenhum sistema informatizado, toda documentação, arquivamento de informações, tudo é feito a mão.

RP - Qual o seu sentimento, como cidadão pernambucano e brasileiro, em estar conduzindo esta tarefa?

DR - No dia 2 de dezembro volto ao Recife.

A saudade da terra e dos meus filhos pequenos é grande.

No entanto, fico feliz em defender nossa terra.

Pernambuco é uma referência nacional em previdência.

O Brasil é uma referência para os países em desenvolvimento.

Sinto-me honrado cumprindo esta missão, ainda mais quando vejo a felicidade de pessoas humildes que agora, no Timor, têm proteção nos momentos em que mais precisam.