(Foto: reprodução) Da Agência Estado Depois de ser retirada da pauta de votação três vezes, a última delas na quarta-feira passada, a proposta sobre o marco civil da internet, que prevê uma série de princípios à oferta de acesso e ao uso da rede no País, deve ir à votação nesta terça-feira na Câmara dos Deputados.

O texto do relator Alessandro Molon (PT-RJ) chega ao Plenário com vários pontos contestados, mas ele acredita num consenso pela aprovação.

A grande polêmica do projeto gira em torno da neutralidade na rede - que significa, basicamente, que todas as informações que trafegam na internet sejam tratadas da mesma forma, sem favorecimento a alguém por qualquer motivo.

Isso impediria os provedores de distinguirem a velocidade entre sites ou aplicativos.

Controverso, o item teve a redação alterada.

Molon fez as últimas modificações e deixou claro que a regulamentação da questão ficará com o Executivo, conforme acordo com o governo.

Alguns parlamentares, porém, defendem a regulamentação pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O próprio ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, chegou a se manifestar a favor desse entendimento na semana passada.

O relator, no entanto, acredita que à Anatel cabe a fiscalização, e não a regulação dos serviços.

O marco civil manteve o princípio de que os provedores não podem ser responsabilizados por nada, a não ser que descumpram uma ordem judicial, proibindo uma prática comum hoje: advogados enviam notificações e as empresas responsáveis pelo conteúdo o removem imediatamente.

No entanto, Molon incluiu um parágrafo no qual prevê que, nos casos de violação a direito do autor, não é necessária decisão judicial para retirada de conteúdo.

A questão foi alvo de críticas da Associação Brasileira de Internet (Abranet), segundo a qual o projeto coloca em risco a liberdade de expressão dos usuários.

Se a matéria for aprovada na Câmara, ela seguirá para análise do Senado Federal.

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.