(Foto: Guga Mattos/JC Imagem) Na manhã desta terça-feira (13), o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE) julgou ilegal a greve dos trabalhadores da Petroquímica Suape e da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), no complexo portuário de Suape.

Por unanimidade, o TRT determinou que os trabalhadores devem voltar às atividades já nesta quarta-feira (14).

Caso os 55 mil trabalhadores não voltem às atividades, o Sintepav-PE (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem no Estado de Pernambuco) terá que pagar uma multa de R$ 5 mil por dia sem atividades.

A decisão do Tribunal, todavia, pode não ser atendida.

Está marcada para a próxima quarta-feira (14), às 7 horas da manhã, no Portão 2 da Refinaria Abreu e Lima, uma nova assembleia para que os trabalhadores fiquem informados sobre a decisão da Justiça e que eles decidam os rumos do movimento: se voltarão se seguirão paralisados, se voltam às atividades ou se farão nova paralisação nos próximos dias.

Esta última opção é a mais provável.

A própria presidente em exercício do TRT, a desembargadora Eneida Melo, fez ressalvas quanto à decisão do Tribunal. “O sindicato não atendeu às normas [formais].

Mas o Tribunal não pode fechar os olhos para a motivação da greve.

Existe um débito entre trabalhadores e o patronato”, pontuou.

O presidente do Sintepav, Aldo Amaral, reitera o posicionamento da desembargadora. “Já esperávamos este resultado.

Eles julgaram pela abusividade da greve porque não seguimos formalidades como lançar edital e notificar a empresa 48 horas antes da paralisação”, afirma. “Mas os trabalhadores receberam a notícia de que as empresas não queriam mais negociar, então decidiram cruzar os braços.

A forma de parar não seria essa, mas foi uma decisão da classe”, lembra Aldo.

O líder sindical lembra que a classe tem um documento assinado pelos trabalhadores e pelas empresas, em convenção coletiva, no dia 1º de agosto.

No documento existe uma cláusula que dá direito aos trabalhadores de receberem uma equiparação salarial. “As empresas ficaram empurrando com a barriga e os trabalhadores chegaram no limite, não aguentaram.

Cruzaram os braços”, fala, em referência à paralisação iniciada no último dia 30 de outubro. “Nos sentimos atingidos em nossos direitos.

Houve um acordo, em agosto, mas não está sendo cumprido”, reclama.

Os trabalhadores não abaixaram a cabeça.

A decisão do Tribunal, como comentou a desembargadora, não exime as empresas de pagar o que os trabalhadores têm direito.

Para Aldo Amaral, o sindicato tem agora uma “batalha muito mais ferrenha” pela frente.

Os planos são de dar entrada, já nesta quarta-feira (14), com ações no tribunal de Ipojuca.