No primeiro dia de greve dos prefeitos por causa da diminuição do repasse do Fundo de Participação do Município (FPM) e da falta de assistência à seca do Nordeste, 101 das 184 cidades pernambucanas aderiram ao movimento.
O movimento foi mais abrangente no Sertão, onde 93% das Prefeituras fecharam as portas.
Em seguida, vem o Agreste (70%).
A mobilização é nacional.
Nestes locais, os prefeitos paralisaram os serviços administrativos e de finaças.
De acordo com o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e prefeito de Escada, Jandelson Gouveia da Silva (PR), os serviços essenciais foram mantidos.
A greve segue até sexta (16).
A expectativa do movimento no Estado para esta terça (13) é que 150 cidades adiram à greve. “Algumas Prefeituras não fecharam hoje porque não tinham a faixa padrão que estamos colocando na frente dos órgãos para explicar o motivo da paralisação à população”, explicou Jandelson.
A Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco atualizou nesta segunda (12) o número de municípios em situação de emergência por causa da estiagem.
Atualmente, são 125, sendo 117 reconhecidos pelo governo federal.
Nesta terça (13), haverá um encontro de prefeitos de todo o País com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, em Brasília.
Cem prefeitos pernambucanos devem participar do encontro.
PROCURADORIA-GERAL - Nesta segunda (12), os representantes dos prefeitos grevistas reuniram-se com o procurador-geral de Justiça, Aguinaldo Fenelon, para discutir a crise financeira.
Eles reclamam que a queda de arrecadação municipal motivada pela política de desoneração fiscal do governo federal, com a isenção do IPI para automóveis e eletrodomésticos da linha branca, gerou uma redução de 22,5% na receita dos municípios.
Os representantes lembraram que os efeitos da seca no Sertão estão comprometendo a produção agrícola e matando o gado de sede e fome e agravam ainda mais a situação financeira dos municípios. “Procurem orientar os demais prefeitos pernambucanos para que prestem às Promotorias de Justiça de seus respectivos municípios todas as informações referentes à crise econômica, de forma transparente, para que os membros do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) possam avaliar os efeitos administrativos decorrentes da queda de receita municipal”, aconselhou Fenelon.