Foto: divulgação Com informações do JC e da Folha Online Se uma proposta de reforma política que tramitou no Congresso Nacional tivesse vingado, quase todas as campanhas vitoriosas para prefeitos nas capitais brasileiras que não tiveram segundo turno nas eleições deste ano estariam inviabilizada em razão dos gastos, quase todos muito superiores aos R$ 7 por voto que eram previstos na reforma.
Esta cifra seria utilizada como base para calcular quanto as candidaturas receberiam se o financiamento público fosse implementado.
No Recife, por exemplo, o prefeito eleito Geraldo Julio (PSB) teve um gasto equivalente a R$ 15 por voto obtido, custo igual ao que teve o prefeito eleito de Goiânia, Paulo Garcia (PT).
Em termos absolutos, a campanha do socialista (foto) foi a mais cara do Recife, custando cerca de R$ 7 milhões, mais que o dobro do que foi gasto, individualmente, pelos principais adversários Humberto Costa (PT), com R$ 2,9 milhões, Mendonça Filho (DEM) e Daniel Coelho (PSDB), ambos com gastos de mais de R$ 2,7 milhões.
Esses números foram publicados pelo Jornal do Commercio na edição desta sexta-feira (09).
Todos têm como base a prestação de contas finais do primeiro turno divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) O prefeito eleito de Palmas, Carlos Amastha (PP), foi o recordista em despesas de campanha nas nove capitais, em termos proporcionais, com gastos de R$ 60 por voto obtido.
Uma curiosidade: na cidade mais populosa entre as que não tiveram segundo turno, o custo do voto foi o mais baixo.
Eduardo Paes (PMDB) se reelegeu no Rio de Janeiro gastando R$ 4 para cada eleitor conquistado.
Amastha gastou ao todo R$ 3,5 milhões.
Colombiano naturalizado brasileiro, o novo prefeito construiu sua carreira empresarial no país no ramo de shoppings e tem patrimônio de R$ 18 milhões.
Ele é iniciante na política e foi o quarto candidato mais rico a concorrer neste ano.
Após a vitória, Amastha, 51, prometeu doar o salário que receberia no cargo para ONGs e também anunciou a venda do shopping que mantém na cidade.
A campanha mais cara em valores absolutos foi a de Marcio Lacerda (PSB), reeleito em Belo Horizonte.
Ele arrecadou R$ 21,5 milhões e gastou R$ 42 por voto conquistado.
A direção nacional do PSB injetou na campanha mais de R$ 10 milhões.A disputa na capital mineira teve grande repercussão nacional por opor a presidente Dilma Rousseff e o senador tucano Aécio Neves, provável adversário em 2014.
A eleição deixou um rombo a ser quitado pela equipe do candidato vencedor: ele gastou R$ 6,6 milhões a mais do que arrecadou.
Proporcionalmente, a prefeita eleita de Boa Vista, Teresa Surita (PMDB), gastou R$ 34 por voto.
O TSE ainda não divulgou as doações e despesas feitas pelos candidatos a prefeito nas 50 cidades que tiveram segundo turno.