(Foto: divulgação) O programa “Recife 500 Anos – Projeto 2037”, que será abraçado pelo prefeito eleito do Recife, Geraldo Júlio, como foi anunciado por ele em almoço na última quarta-feira (7), surgiu de uma ação coletiva promovida durante o workshop Recife Exchange Amsterdã (rxa), em abril deste ano.

Durante o estudo, a equipe fez uma projeção sobre os próximos anos do Recife, avaliando as semelhanças com Amsterdã e contemplando soluções que podem ser implantadas até 2037, quando a cidade comemora 500 anos.

A pergunta que guiou os envolvidos foi: “que metrópole o Recife quer ser daqui a 25 anos?.

A proposta escolheu o bairro de Boa Viagem como espaço piloto para a aplicação de um plano de longo prazo que transcende o planejamento convencional.

Segundo um dos idealizadores da proposta, o presidente do CAU/PE, Roberto Montezuma, “a água desenha o Recife e os conjuntos resultantes das suas diversas frentes devem ser requalificados como indutores de uma profunda transformação urbana, para recuperar a identificação do cidadão com a sua cidade”.

A redescoberta dos canais, com ações urbanísticas planejadas de maneira a integrar essa rede aquática ao cotidiano da cidade foi a principal diretriz apontada pelos arquitetos que, ao final do evento nomearam a proposta de Árvore de Água (Water Tree), com sugestões tanto do ponto de vista do planejamento físico quanto patrimonial. “A ideia é que os canais sejam reintegrados e devolvidos como espaço público, e não deixados à margem do planejamento urbanístico.

Com isso, se ganha em mobilidade, sustentabilidade e acessibilidade.

Partindo disso, conseguimos chegar à proposta da Árvore de Água, vendo os rios e os canais como troncos e galhos”, explica o arquiteto paisagista Luiz Vieira, conselheiro do CAU/PE.

O prefeito eleito Geraldo Júlio tomou conhecimento da proposta ainda como candidato, quando recebeu do presidente do CAU/PE, em agosto deste ano, o documento “Elementos para um projeto de cidade e do território – Contribuições aos futuros prefeitos dos municípios pernambucanos”.

Na ocasião Geraldo já deixou evidente seu entusiasmo com a proposta e afirmou: “louvável esta iniciativa do Conselho que, com menos de um ano de atividade já consegue uma atuação tão ativa em prol da sociedade”.

O encontro para a elaboração do projeto aconteceu na Fundaj e concentrou os esforços de arquitetos da Holanda (Arcam), da UFPE, Fundaj, Iphan e IAB-PE, sob a coordenação do Conselho de Arquitetura e Urbanismos de Pernambuco (CAU/PE).

O objetivo do encontro, que já havia ocorrido em Amsterdã, em 2011, foi oferecer uma alternativa de visão para o futuro das duas cidades, partindo do passado compartilhado de ambas.