Foto: Rodrigo Lôbo/JC Imagem Carolina Albuquerque, do Jornal do Commercio A véspera do aniversário do prefeito do Recife, João da Costa (PT), não foi para aqueles de nervos fracos.

Nesta segunda-feira (5), à tarde, a Câmara Municipal antecipou um presente indigesto, ao rejeitar por 20 a três um pacote de dez vetos vindos do Executivo. À noite, o prefeito aproveitou a posse dos mais de mil delegados eleitos para o ciclo de 2013 do Orçamento Participativo, no Teatro Luiz Mendonça, Parque Dona Lindu, para se despedir do seu ninho político, o OP.

Nesta terça (6), João da Costa, que completa 52 anos, recebe cumprimentos no gabinete das 11h às 13h.

A votação secreta na Câmara foi realizada em bloco.

Na lista, constam projetos de natureza diversa, como o da vereadora Vera Lopes (PPS) que propunha o recolhimento de pacientes psiquiátricos em surto pelo Samu.

Essa é a segunda vez em menos de um mês que vetos do prefeito são derrotados na Câmara, por quase unanimidade.

Depois de “engolir” esse episódio, foi a vez de “digerir” o fato de que não estará mais no comando do Orçamento Participativo (OP).

Durante a posse dos 1.242 delegados, o clima não poderia ser outro.

A despedida, porém, veio por meio do tom político.

Sem apresentar ao público garantias de que o OP seguirá os mesmos moldes na futura gestão do socialista Geraldo Julio, Costa afirmou que cabe aos envolvidos com a ferramenta de participação popular lutar para que haja continuidade. “Quem vai segurar o barco do OP daqui para a frente são vocês.

Está na mão de vocês garantir esse processo, por isso que a gente nunca colocou uma lei, nunca deu dinheiro para ir na reunião”, bradou o prefeito.

Com mais de 400 mil participações só nos últimos quatro anos, o OP já possui bastante capilaridade no Recife.

São muitos os delegados filiados ao PT, sinal de que ao longo desses 12 anos de gestão petista o programa se transformou não somente numa marca petista, mas numa fonte política e eleitoral que serviu à eleição de João da Costa em 2008, por exemplo.

A força é inegável, por isso o prefeito eleito não deve extinguir, mas sim dar a cara socialista.

As mudanças passam pelo desaparelhamento, com rodízio de lideranças e diálogo sem intermediários com as comunidades. “Não conversamos, mas ele (Geraldo) já disse publicamente que iria continuar”, afirmou Costa.

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