(Foto: BlogImagem) O deputado federal Fernando Ferro (PT) disse que o senador Humberto Costa (PT) pode ser considerado “o Serra do PT”.
A comparação com o tucano duas vezes candidato à presidência foi feita em entrevista ao programa CBN Debate, na Rádio JC/CBN Recife, na tarde desta segunda-feira (5). “Humberto é o nosso Serra.
Assim como Serra em São Paulo, Humberto quis dominar a política do partido [em Pernambuco].
E deu no que deu”, pontuou.
Para Ferro, Humberto Costa - vice-presidente nacional do PT - tentou centralizar o partido em suas mãos, a nível estadual, tal qual Serra fez com o PSDB em São Paulo.
O deputado petista também avaliou que a centralização do poder do partido nas personalidades teria sido, talvez, o principal erro do PT em Pernambuco. “Hoje faço autocrítica.
Fomos nós que permitimos isso.
As personalidades cresceram muito no partido e elas passaram a tomar decisões sem precisar prestar contas com o partido”, recorda. “Ficou personalista.
As personalidades são importantes para o crescimento do partido.
Mas integrar um partido á personalidade de alguém é algo muito equivocado.
Uma coisa é ter personalidade política, outra é o personalismo.” O personalismo no PT é a origem da situação autofágica que se vê hoje, no Recife.
O partido, até há pouco dividido entre os grupos de Humberto e João Paulo, ganhou uma nova liderança após o rompimento do prefeito João da Costa com o ex-prefeito João Paulo.
O primeiro foi escolhido pelo segundo para suceder-lhe na Prefeitura do Recife, mas com seis meses de gestão romperam as relações.
Hoje são desafetos declarados. “Já começou na campanha de prefeito de 2008.
Houve um desencontro sobre quem deveria ser o marqueteiro e sobre as linhas principais da campanha”, recorda Fernando Ferro. “Mas eu realmente não sei o real motivo do rompimento”.
Nem Ferro e nem ninguém.
Há um ano João Paulo ameaçou sair partido.
Ele chegou a peregrinar, passando por conversas com PSB, PTB e PV, mas permaneceu no PT.
Fernando Ferro discorda de quem diga que a permanência de João Paulo no partido tenha sido prejudicial ao PT. “Eu discordo.
João Paulo é um quadro importante para o PT.
Só precisamos dialogar melhor”.
Fernando Ferro e Teresa Leitão pedem calma aos adesistas Hoje existe no PT um grupo - encabeçado por Humberto e João Paulo - que pede a expulsão de João da Costa da sigla.
O atual prefeito até dá sinalizações que pode haver uma reaproximação.
Mas do outro lado, principalmente por parte de João Paulo, não se aceita a permanência de João da Costa no PT.
Personalismo claro.
Ambos chegam a culpar o prefeito pela derrota da dupla na empreitada municipal. “Ficar jogando a culpa para o outro, sem assumir sua responsabilidade, é puro cinismo”, bateu Ferro. “Eu sou a favor do diálogo.
Acerto de contas, duelo, é para quem tem munição.
Tem gente querendo duelar sem ter munição”, alfinetou.
Leia também: “Humberto já estava escolhido antes das prévias, por isso Maurício Rands saiu do partido”, afirma Fernando Ferro Também presente no debate, a deputada estadual teresa Leitão concordou com a avaliação de Fernando Ferro.
Para a petista, o início de uma perseguição agora poderia colocar o partido num processo de autodestruição. “Querer criar um acerto de contas é a pior coisa.
Espero que a [Direção] Nacional, como foi muito referenciada no processo das prévias, vindo ao Recife, anulando as prévias e indicando Humberto, que eles agora tomem uma posição.
Se a gente agora começar uma caça às bruxas entraremos num processo autofágico.
Comando da campanha do PT no Recife censurou Teresa Leitão