Foto: divulgação Após analisar a nova configuração política do País, o prefeito reeleito de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, Elias Gomes, reiterou sua convicção de que tucanos e o PSB, do governador Eduardo Campos, têm o desafio de construir o que ele chamou de uma “grande e vigorosa aliança com o novo Brasil”.
O gestor era ligado ao ex-governador Miguel Arraes, avô de Eduardo, e, nestas eleições, fez uma aliança com os socialistas, que indicaram o candidato a vice da sua chapa, Heraldo Selva.
Em Jaboatão, Eduardo Campos fecha acordo com Elias Gomes e vai indicar Eraldo Selva como vice Elias defende chapa com Aécio e Eduardo para 2014 Tanto em Jaboatão como em outras cidades do País, como Ipojuca (PE), Campinas (SP) e Belo Horizonte (MG), PSB e PSDB firmaram alianças no pleito deste ano.
Em texto enviado à imprensa, Elias diz que é chegado o momento de os dois partidos iniciarem um diálogo nacional com vistas à construção de um novo campo político com amplas chances, a seu ver, de promover profundas reformas, como a adoção do parlamentarismo no País.
Entusiasta desse sistema de governo, Elias Gomes ressalta que o modelo carrega consigo uma profunda reforma política, contribuindo para a modernização e amadurecimento da democracia brasileira, uma vez que impõe um novo papel para o Congresso Nacional, “hoje envelhecido, esvaziado e que funciona como mero coadjuvante homologatório do Poder Executivo”.
Além disso, é a forma que permitiria a coabitação dos dois principais protagonistas - o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo -, um como chefe de Estado e outro chefe de Governo “Todo esse debate que se propõe busca a reinvenção da política brasileira que, como sabemos, gira em torno de lideranças e personalidades, ao invés de ser movida por um conjunto de ideias, estratégias e projetos, o que evidentemente não tem acontecido, levando as instituições a uma grave crise na sua credibilidade e eficiência”, avaliou o prefeito.
Para Elias, o mais urgente para o Brasil é garantir um crescimento sustentável da sua economia, imprimir reformas como a trabalhista, tributária, política, previdenciária e econômica e investir em infraestrutura.
Além disso, ele defende debate sobre a reestruturação dos sistemas de educação, segurança e saúde, com fortalecimento do SUS.
Elias disse ainda que “somente siglas menos submetidas a corporações e mais abertas a reformas e a um grande diálogo nacional podem protagonizar movimento de tamanha grandeza”.
Ele observa que o PSB sinaliza positivamente nessa direção ao propor um novo pacto federativo, que implica em um novo modelo de distribuição dos repasses da União para estados e municípios.
A proposta foi mencionada pela governador Eduardo Campos, cotado para concorrer à presidente, um dia após o primeiro turno das eleições.
O tucano enxerga nessa movimentação a clara intenção do líder socialista de se inserir com mais firmeza na discussão dos grandes temas do País e avalia que Eduardo apenas encontrará “solo fértil a partir de um efetivo distanciamento da aliança governista” (leia-se do PT, da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula).
No texto, o prefeito disse também que acredita, inclusive, na possibilidade de o PSB não levar adiante essa movimentação caso não descole do PT e que poderá assistir à renovação da aliança PT-PMDB, se não tomar rumos próprios. “A tendência será o PT manter a chapa presidencial com o PMDB, pois, de outra forma, estaria jogando o PMDB nos braços do PSDB”, analisa.