Reprodução da Internet Da Agência Folha O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), disse ser “lamentável” tentar vincular o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Mensalão.

Ao comentar suposto depoimento do publicitário Marcos Valério (foto) à Procuradoria Geral da República, em que ele teria citado Lula e o ex-ministro Antonio Palocci, Maia afirmou que não há espaço para nenhuma “ilação” sobre o assunto.

A reportagem sobre o novo depoimento de Marcos Valério, apontado como o operador do Mensalão e condenado pelo STF a mais de 40 anos de prisão, ao Ministério Público foi publicada pelo jornal “O Estado de S.

Paulo”, nesta quinta-feira. “Depois do julgamento, depois de todas as análises feitas, de todas as investigações feitas, eu diria que não cabe mais nenhum tipo de ilação sobre esse tema, principalmente nesta direção ou com essa intenção de envolver o presidente Lula nessa investigação”, afirmou Marco Maia.

Ele disse que a sociedade brasileira espera que a página do Mensalão seja “virada” com o fim do julgamento da ação penal no STF.

O petista afirmou que a suposta participação de Lula no esquema foi “exaustivamente investigada” por duas CPIs na Câmara, assim como pelo Ministério Público e o STF. “Os resultados eleitorais têm dado conta de que essa questão não influencia no debate político, não tem o impacto que alguns setores gostariam que tivesse na opinião pública.” O depoimento de Valério, segundo Maia, é algo que não deve ser levado em consideração nem “trazer algum tipo de preocupação, principalmente ao Partido dos Trabalhadores”.

O depoimento feito por Valério é mantido sob sigilo.

Segundo o “Estadão”, o empresário mencionou outras remessas de recursos para o exterior, além das que foram feitas para o publicitário Duda Mendonça, que trabalhou na campanha de Lula em 2002 e foi absolvido pelo Supremo no processo do mensalão.

Ainda segundo a reportagem, Valério afirmou que poderá dar mais informações sobre suas acusações se for incluído no programa de proteção à testemunha.

O empresário alega ter sido ameaçado de morte.