(Foto: reprodução) Por Débora Duque, no Jornal do Commercio desta qunita-feira A iniciativa da nova bancada de oposição de liderar o debate sobre a extinção do chamado auxílio-paletó causou mal-estar na Câmara do Recife.

Embora nenhum dos vereadores ouvidos pelo JC tenha se posicionado abertamente contra o fim do benefício, a maioria demonstrou incômodo com o movimento do futuro bloco oposicionista, que foi acusado de “jogar para a plateia”.

Levando em consideração o desgaste gerado no ano passado pela aprovação do aumento de 62% na remuneração dos vereadores, a base governista não pretende deixar que a oposição capitalize sozinha os méritos perante a opinião pública por vir a derrubar o auxílio na Casa, assim como já ocorreu no Senado.

De acordo com o vereador Luís Eustáquio (PT), o assunto já estava sendo discutido internamente antes de a oposição levantar a proposta.

A extinção do auxílio, segundo o petista, caminha para torna-se uma medida “consensual” entre os vereadores já que seria uma forma de compensar a repercussão negativa causada pelo reajuste salarial. “A iniciativa deles não é novidade.

Já existe uma discussão na Casa sobre essa questão”, afirmou.

O fim do 14º e 15º salários, porém, é apenas um dos pontos da lista de reivindicações que está sendo elaborada por quatro vereadores que irão compor a bancada de oposição na próxima legislatura.

São eles Aline Mariano (PSDB), André Régis (PSDB), Priscila Krause (DEM) e Raul Jungmann (PPS).

A pauta inclui ainda a instalação de uma tribuna popular e a adoção de novos critérios para concessão de aumentos salariais, mas seu conteúdo só será divulgado na segunda-feira (5).

A intenção é de que os candidatos a cargos na mesa diretora assumam os compromissos em troca do apoio dos oposicionistas na eleição interna.

Um dos motivos de maior incômodo é o fato Jungmann, que só assumirá o mandato em janeiro, estar capitaneando a discussão. “Ele quer usar a Câmara já para fazer sua campanha para deputado federal”, disse um dos vereadores, em reserva.

Cotada para assumir a presidência da Casa, Marília Arraes (PSB) disse que só se posicionará sobre o tema quando tiver acesso ao documento. “Não dá para a oposição querer debater isso pela imprensa”, alegou.

Vicente André Gomes (PSB), que é pré-candidato à presidência, também evitou opinar sobre o assunto.