(Foto: reprodução da internet) Por Bruna Serra, no Jornal do Commercio desta quinta-feira Enredado num debate recheado de divergências, o PT pernambucano precisará tocar num ponto tenso de sua história nos últimos quatro anos: a briga que levou ao rompimento entre o ex-prefeito e deputado federal João Paulo e o prefeito João da Costa.
Não se trata de tentar saber o que provocou o rompimento, já que pelo menos nesse ponto eles concordam em guardar a sete chaves o que os levou a se tornarem inimigos.
Sem superar este tema, lideranças do partido admitem, não será possível fazer a repactuação interna que vem sendo alardeada como fundamental para a construção de uma estratégia política para o Estado.
Para introduzir a discussão, até dezembro alguns petistas podem atuar de lado a lado para começar a aparar as arestas, ponderando o que qualquer pessoa versada em política não demora a aprender: o projeto partidário não pode ficar refém de um racha pessoal. “Se a questão é pessoal, não se pode tratar na política.
A política segue e essas questões ficam para trás.
Com a evolução do debate, a gente vai chegar a esse ponto.
A nossa construção é para resolver os dilemas do partido e construir internamente.
Não acredito que eles (João Paulo e João da Costa) vão se negar a debater os pontos caros ao PT”, ponderou a deputada estadual Teresa Leitão, que é dirigente nacional petista.
Na Assembleia Legislativa, já é consenso na bancada do partido que não faz sentindo tornar-se oposição ao governador Eduardo Campos (PSB), mesmo com a derrota para o PSB no Recife. “Nos elegemos na base governista, no momento, não vemos motivação para a bancada sair da base.
Na municipal, o encaminhamento está correto, de não se unir com a essa oposição que está aí: PSDB, DEM e PPS.
Devemos maturar um pouco mais”, concluiu Teresa.
O deputado federal Fernando Ferro também vê como fundamental que a divergência pessoal entre os dois “joões” não seja mais uma pauta do PT, atrapalhando o desempenho na legenda na capital como ocorreu até agora. “Precisamos ter maturidade para separar isso da questão partidária.
Não se pode buscar fulanizar o debate político, insistir na briga personalizada, no plano pessoal.
Terão que ter maturidade militante.
Não podemos ficar com questiúnculas pessoais acima dos interesses do partido”, pontuou.
Ainda demonstrando estar irritado com a condução do processo eleitoral, Ferro queixou-se da conduta pós eleitoral da chapa majoritária petista que, segundo ele, responsabilizou o prefeito pela derrota. “Estão responsabilizando João da Costa pela derrota.
Nós do PT estamos derrotados, mas eles estão mais derrotados do que nós.
Ora, se o prefeito era tão decisivo para a vitória, como é que impediram ele de disputar a reeleição?
Acho que temos pessoas que podem quebrar as arestas para um novo debate mais amplo”, finalizou o deputado.
SEM BRIGA - Presidente do partido no Estado, o deputado federal Pedro Eugênio negou que houvesse desentendimentos entre ele e o senador Humberto.
Disse ainda que as reuniões que conduziu até agora com os integrantes do partido estão transcorrendo num clima de paz. “De minha parte me comprometo em ouvir todas as tendências, todos os posicionamentos, para só tirarmos uma posição depois de um longo debate, feito de forma muito clara”, assegurou Eugênio.