Caro Jamildo, li atentamente a matéria postada em seu blog hoje, que foi escrita pelo jornalista Manoel Guimarães, do Jornal do Commercio, que trata da renovação do PMDB no estado.

Lembro que o start para essa renovação foi dado quando de um artigo que escrevi , no mês de outubro, em que eu tracei a situação caótica do PMDB pernambucano.

No referido artigo vislumbrei que o melhor nome para representar essa renovação seria o do prefeito reeleito de Petrolina, Júlio Lóssio, uma vez que ele demonstrou aquilo que a maioria dos peemedebistas pernambucanos quer de um líder: que não se dobre aos encantos e facilidades do governo estadual, só pelas benesses do poder estadual.

Lóssio vem defendendo os interesses do povo de sua cidade e, porque não dizer, do Sertão, peitando uma luta importante pela municipalização da Compesa, que deixa a população da maioria das cidades até 30 dias sem água, mesmo sendo localidades às margens do rio São Francisco.

Ele também demonstrou tirocínio quando devolveu a administração do hospital regional daquela cidade ao controle do governo do estado, que não vinha repassando as verbas necessárias para atender a população carente.

O PMDB não pode ficar a mercê de projetos pessoais.

O PMDB abandonou a trincheira de lutas da oposição (se aliou ao governador), porque seus líderes em Pernambuco estão pensando em suas reeleições.

Júlio Lóssio, não.

Foi praticamente sozinho para o embate contra a máquina do Ministério da Integração Nacional, comandada pelo ministro Fernando Bezerra Coelho, e contra a máquina do governo Eduardo Campos, que esteve diversas vezes em Petrolina para tentar derrubar Lóssio que, como um mourão de braúna, resistiu e venceu bem. É preciso que tenhamos o entendimento que Júlio Lóssio derrotou o pretenso candidato a governador de Eduardo Campos.

O homem que comanda a Transnordestina, a Transposição do São Francisco, as verbas da Refinaria Abreu e Lima e tantos outros projetos federais, derrotado em sua própria cidade.

Com a vitória de Júlio Lóssio, na eleição municipal, contra o candidato preferencial de Eduardo Campos ao governo do estado, em 2014, Lóssio ganha dimensões estaduais e poderá ser o nome da oposição para o governo de Pernambuco.

Por esse motivo, nós peemedebistas temos que serrar fileiras para devolver o PMDB à oposição e construir, a partir da nova liderança de Júlio Lóssio, um novo caminho para o desenvolvimento do interior de Pernambuco, que una o Agreste e o Sertão, regiões sempre à margem dos vultuosos investimentos que chegam a Pernambuco e que, em sua maioria, ficam em Suape e no grande Recife.

Quanto ao dito, na matéria, pelo jornalista em relação ao bom relacionamento do deputado Raul Henry com o vice-presidente Michel Temer, esse relacionamento sofreu um abalo no dia do aniversário de Henry, em junho último.

Na ocasião Temer lotou um avião com lideranças nacionais do PMDB e veio ao Recife com o objetivo de lançar Henry como candidato a prefeito do Recife.

Chegando aqui, ouviu o sonoro não de Raul Henry.

Raul não teve nem o cavalheirismo de telefonar ao vice-presidente para anunciar que apoiaria o candidato do governador, do PSB.

Digo isso, porque foi isso que ouvi de um alto assessor de Michel Temer, que não escondeu a decepção.

Só lembrando uma frase do senador Jarbas Vasconcelos: “o povo nos mandou para a oposição ao governo Eduardo, nas eleições de 2010 e é lá que devemos permanecer”.

Então pergunto: o que mudou?

Rivaldo Soares Membro do Diretório Estadual do PMDB de Pernambuco