(Foto: reprodução) Por Manoel Guimarães, no Jornal do Commercio desta quarta-feira Marcadas para os dias 11 e 12 de novembro, as convenções municipais do PMDB pernambucano antecederão em um mês a eleição da cúpula estadual.
Pela primeira vez em 25 anos, não é dada como certa a recondução de Dorany Sampaio para a presidência do partido.
Peemedebistas ouvidos pelo JC revelaram que há um movimento nos bastidores da sigla, recém incorporada ao governo Eduardo Campos (PSB), por uma nova composição para o comando.
Essa mudança poderia passar pelo deputado federal Raul Henry, atual secretário-geral do partido e nome mais cotado para assumir a presidência numa eventual substituição.
As costuras estão sendo feitas cuidadosamente.
Afinal, Dorany, 85 anos, é fundador do PMDB e assumiu a presidência estadual do partido em 1988, sucedendo na ocasião o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Fernando Correa, já falecido.
Os próprios peemedebistas reforçam que o dirigente “tem o carinho de todos” e “é uma figura muito querida, com relevantes serviços ao partido”.
Ele ainda tem trânsito com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), de quem é amigo há mais de 30 anos.
No entanto, o PMDB pernambucano vem perdendo espaço e quadros desde o fim do governo Jarbas Vasconcelos (1999-2006).
A legenda, que chegou a ter bancadas com mais de dez parlamentares por Casa Legislativa (Câmara do Recife, Assembleia Legislativa e Câmara Federal), além de dois representantes pernambucanos no Senado, hoje dispõe apenas de um vereador do Recife (André Ferreira), um deputado estadual (Gustavo Negromonte), um federal (Henry) e um senador (Jarbas).
Diante disso, somando também a entrada no governo de Eduardo, após 22 anos em palanques opostos, parte do PMDB vê a necessidade de uma “oxigenação” na cúpula.
O nome de Raul Henry simbolizaria um novo momento vivido pela sigla.
Isso porque, nos tempos das duras trocas de farpas entre Jarbas e Eduardo, Henry sempre manteve o bom relacionamento com ambos - fato reconhecido publicamente pelos dois ex-desafetos, durante a campanha municipal deste ano, quando houve a reaproximação.
Confirmada a mudança, a secretaria-geral poderia ficar para o prefeito reeleito de Petrolina, Julio Lóssio.
Seria uma forma de reconhecimento ao gestor, em alta com o PMDB nacional, e ao mesmo tempo colocaria fim aos rumores de sua desfiliação da legenda.
A ex-prefeita de Olinda Jacilda Urquiza também deve ser contemplada numa nova formação da cúpula peemedebista.
Procurado pelo JC, Dorany admitiu que, em todo esse tempo, nunca apresentou candidatura para a presidência, mesmo tendo sido sempre reconduzido ao cargo.
No entanto, garantiu que não demonstra resistência quanto à renovação de um mandato. “Não sou presidente do partido como dono.
Sou um soldado do PMDB.
O que o partido resolver, vou acatar.
Não teria problema de sair.
Sou um militante, um servidor que dedica tempo integral ao PMDB.
Nossos caminhos sempre foram buscados coletivamente.
Tenho com os companheiros uma amizade absoluta e um nível de lealdade em que qualquer solução será trazida imediatamente a mim.
Jamais fui obstáculo a nada”, afirmou. (Foto: reprodução)