Segundo levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE), as vendas do comércio em geral da Região Metropolitana do Recife em setembro apresentaram recuo de 5,75% em relação ao mês anterior, percentual que se reduz para menos de 3,7% quando não são consideradas as concessionárias de veículos.

Todavia, no acumulado do ano os resultados continuam bons, registrando-se um aumento de mais de 1,5% no comércio em geral, percentual que cresce para mais de 5,2% quando não se leva em conta o mercado de automóveis. À exceção do ramo de móveis e decorações, que apresentou um pequeno incremento de 0,43%, os demais decresceram na comparação com agosto, indicando que o recuo do varejo em setembro não foi um evento restrito. “A queda maior aconteceu em livrarias e papelarias, mas este resultado é conseqüência da sazonalidade do ramo, que tem em agosto um aquecimento nas vendas, em função do calendário escolar”, explica Luiz Kehrle, consultor da Fecomércio.

A diminuição dos calçados/acessórios é decorrente de uma alta base formada, neste caso, em decorrência do Dia dos Pais, que acontece em agosto.

Por sua vez, para Kehrle as concessionárias de veículos desaceleraram suas vendas em setembro em grande parte pela antecipação de compras fruto da redução do IPI em meses anteriores.

O desempenho de setembro também pode ser verificado pelos quase 4% de decréscimo do faturamento comércio em geral em relação a igual mês no ano passado.

Mesmo quando são retiradas as concessionárias de veículos ainda se verifica um recuo de mais de 1%, deixando clara a trajetória declinante. “A redução do faturamento teve repercutiu no emprego que recuou pouco menos de 0,8% em relação a agosto, mas em compensação cresceu cerca de 1% no confronto com setembro de 2011.

No acumulado do ano o emprego acumula um incremento de mais de 2,5%”, completa o também consultor da Fecomércio, José Fernandes de Menezes.

A massa salarial apresentou comportamento de padrão semelhante ao do emprego, mas em escala amplificada: caiu mais de 3,5% no confronto com agosto e cresceu cerca de 4% na comparação com setembro do ano anterior, acumulando aumento de mais de 7,7% no comércio em geral, que aumenta quase 9% quando não se consideram as empresas de veículos.

Prognóstico - O último trimestre do ano deverá ser um período de vendas aquecidas para o varejo da Região Metropolitana do Recife.

Espera-se que o PIB de Pernambuco tenha este ano um acréscimo de cerca de 4%, um percentual que por si já permitiria um bom desempenho do comércio varejista.

Além do mais, o crescimento estará concentrado nos últimos três meses do ano, o que aumenta a chance de expansão das vendas a partir de agora.

O crédito ao consumidor também deverá crescer no último trimestre do ano, embora as taxas de juros tendam a se estabilizar em um patamar próximo do atual, já que a taxa Selic não deve cair mais este ano, devido a pressões inflacionárias latentes.

Todavia, o cenário vigente de crédito-juros é o melhor dos últimos tempos, devendo contribuir para a expansão do faturamento do varejo, devendo ser levado em conta que indicadores recentes de inadimplência apontam para uma trajetória decrescente ou de estabilidade.

Também deve ser levado em conta que a intenção de compra dos consumidores está forte.

Segundo dados da última sondagem realizada na RMR pelo Centro de Pesquisa (Cepesq) do Instituto Fecomércio-PE, mais de 70% deles pretendem comprar bens duráveis até o fim do ano.

Para a Fecomércio a perspectiva do varejo neste fim de ano é, portanto, muito positiva.

Os principais condicionantes do comportamento do consumidor estão alinhados em uma posição francamente favorável ao consumo, o que por sua vez justifica a previsão da dos economistas da Federação é de que o ano possa fechar com vendas do varejo, sem considerar as concessionárias de veículos, mais de 5% maiores que em 2011, completando nove anos de um ciclo de crescimento ininterrupto.