Por Michel Zaidan Filho, especial para o Blog de Jamildo Concluídas as apurações dos votos, no segundo turno das eleições municipais deste ano, começam as especulações pós-eleitorais: quem ganhou, quem perdeu.

Quem cresceu, quem diminuiu.

As pretensões políticas dos vencedores.

Como fica o governo Dilma etc.

Os analistas políticos do sul-sudeste tenderam a minimizar as derrotas do PT no Nordeste, a possibilidade do governador Eduardo Campos sair da aliança com o PT e da capacidade de Aécio Neves liderar uma chapa de oposição, com o governador de Pernambuco.

Sperestimam a capacidade da Presidente da República cooptar, oferecendo mais ministérios, os partidos vitoriosos nessas eleições.

Em outro cenário, o PSB se apresenta como o grande vitorioso, ganhando em 5 capitais, e se preparando para desembarcar da aliança com o PT.

De toda maneira, os analistas parecem convir que dois sã o os vencedores dessas eleições: no nordeste, o PSB e Eduardo Campos; no sudeste (no Brasil?) LULA e o PT. É como se a vitória na capital paulistana compensasse as demais derrotas eleitorais do PT nos demais estados do Brasil.

O que não ficou devidamente esclarecido foi a o apoio decisivo do PMDB de Michel temer (e de Maluf) ao candidato petista em São Paulo, e o fato que o colégio eleitoral de LULA é o nordeste, onde o PT arrostou muitas derrotas.

Outro aspecto a considerar é o equilíbrio e a divisão de poderes entre os grandes, médios e pequenos partidos no governo das prefeituras do país.

E o surgimento de novos nomes, novas caras e novas lideranças.

O que é positivo, apesar da imensa fragmentação político-partidário de nosso sistema político.

Mas a principal questão é: qual o impacto do resultado dessas eleições municipais nas eleições presidenciais de 2014.

Aí, vem a questão do “tempo certo”.

Afinal, qual é o tempo certo de costurar as alianças e os partidos para a disputa das eleições presidenciais? - neste ponto, não há como negar que as especulações, as tratativas,as conversas e negociações já começaram nessas eleições de outubro.

Embora não se assuma publicamente as pretensões, nem as alianças, é claro que as movimentações políticas que se observa, aqui e ali, dão conta da necessária reatualizãção do quadro político em função dos resultados eleitorais.

Os partidos que sairam mais fortalecidos serão chamados a conversar com o governo federal, para a garantia do apoio político necessário á boa governabilidade da gestão.

Os que perder am devem pensar em se fundir ou qualificar o seu discurso de oposição.

E aí avulta uma importante questão: qual é o discurso da oposição?

Moralidade administrativa, infra-estrutura, dívida pública, competitividade da economia brasileira, reforma política, distribuição de renda? - Eis o eixo da discussão.

Com que discurso de oposição (seja ela qual fôr) os políticos vão se apresentar, em 2014, para enfrentar o PT, coligado com o PMDB?

Posso estar muito enganado, mas se os indicadores da economia brasileira estiverem bem, mesmo com a crise internacional, vai ser difícil enfrentar a reeleição da Presidenta Dilma.

Enquanto durar essas euforia do “american way life” no Brasil, patrocinada com o fundo público, a população brasileira não vai olhar em outra direção.

O nosso modelo de distribuição (via endividamento das famílias) de renda, baseado em renúncia fiscal e crédito subsidiado (além das políticas compensatórias) vai continuar produzindo milagres.

Até quando?