Por Débora Duque, no Jornal do Commercio desta terça-feira Na primeira reunião oficial após a derrota sofrida no Recife, a Executiva estadual do PT sinalizou que o partido não deve antecipar qualquer gesto de rompimento com o PSB antes de um indicativo nacional.

Internamente, a ordem é manter a cautela.

O resultado de quase quatro horas de conversa, na noite de ontem, entre 16 dos 18 membros da Executiva, foi a definição de um calendário de discussões internas para avaliar os motivos que ocasionaram a quebra da hegemonia petista na capital, a situação do prefeito João da Costa (PT) dentro da legenda e o futuro da aliança política com o governador Eduardo Campos (PSB).

Após a reunião, o deputado federal Pedro Eugênio, presidente estadual do PT, afirmou que, antes de o partido assumir qualquer posicionamento, as tendências devem “maturar” entre si o debate sobre esses assuntos.

A ideia é de que todos cheguem à reunião do diretório estadual do partido, agendada para o início de dezembro, com posições “amadurecidas”. “Não daria para realizamos uma reunião do diretório, sem que os pontos mais importantes desse processo fossem aprofundados e maturados com antecipação pelas tendências e principais lideranças.

Seria impossível elaborar um posicionamento conjunto em apenas uma semana”, explicou.

O recado de Pedro Eugenio se dirige a alguns membros da Executiva municipal do partido que, no sábado (27), tentaram aprovar uma resolução com medidas drásticas sobre os rumos do PT no Recife.

Entre elas, a expulsão do prefeito João da Costa e a adoção de uma postura de “independência” em relação à gestão de Geraldo Julio.

O documento foi apresentado por integrantes da Construindo um Novo Brasil (CNB) em parceria com membros da Articulação de Esquerda, das quais participam, respectivamente, o senador Humberto Costa e o deputado federal João Paulo.

Mas não houve consenso nem mesmo entre as próprias tendências.

O vereador Luiz Eustáquio achou “precipitada” a resolução e pediu para que não fosse colocada em votação.

Na eleição para definir se o documento entraria ou não em discussão, houve empate e o debate terminou sendo adiado.

Embora tenha ressaltado a “autonomia” das instâncias municipais, Pedro Eugenio disse esperar que todas sigam o calendário definido pela Executiva estadual.

O dirigente procurou fazer um balanço otimista sobre o desempenho do partido nas eleições, mas reconheceu o significado da perda no Recife. “Evidentemente que sofremos uma derrota política no Recife por vários fatores.

A falta de unidade teve um peso grande nesse processo e é preciso fazer uma profunda reflexão interna para superar essas dificuldades”, ponderou.