Eduardo acompanhou o segundo turno em casa, ao lado do prefeito eleito do Recife, Geraldo Julio, e outros aliados (Foto: PSB/Divulgação) Por Gabriela López, do Blog de Jamildo Se o PSB do governador Eduardo Campos (PSB) conquistou seu espaço no cenário nacional com o bom resultado que apresentou no primeiro turno das eleições municipais, a força da legenda consolidou-se no segundo round.

Os socialistas venceram o pleito em todas as cidades nas quais disputavam contra o PT, do ex-presidente Lula.

Aliados nacionais, PT e PSB romperam alianças em importantes cidades no pleito deste ano.

No primeiro turno, os socialistas já haviam saído vitoriosos em embates importantes contra os petistas, como no Recife (PE) e em Belo Horizonte (MG).

Veja o mapa dos prefeitos eleitos nas capitais do País PT e PSDB foram os partidos que mais elegeram prefeitos no segundo turno PSB e PT medem forças Cid Gomes diz que PSB apoiará Dilma em 2014 Eduardo pede paciência sobre 2014, mas já constrói discurso de oposição ao PT Cotado para se candidatar a presidente em 2014, Eduardo Campos participou das campanhas nos principais locais onde o PSB disputou e disseminou uma imagem desvinculada da de Lula, seu padrinho político.

Em alguns momentos, até “pautou” os petistas, como em Campinas (SP), por onde a presidente Dilma Rousseff e Lula só decidiram ir após uma passagem do socialista.

A vitória maior do PSB no segundo turno foi em Fortaleza (CE), onde a sigla elegeu Roberto Cláudio, com 53,02% dos votos, contra os 46,98% de Elmano de Freitas (PT).

Por lá, a disputa era tão acirrada que uma pesquisa divulgada pelo Datafolha nesse sábado (27) apontava para um empate entre os dois postulantes.

O rompimento do PT com o PSB na capital cearense ocorreu em um movimento semelhante ao do Recife.

A atual prefeita, Luizianne Lins (PT), indicou a candidatura de Elmano, que foi rejeitada pelos socialistas, em especial pelo governador Cid Gomes, ligado a Eduardo.

Com isso, a postulação de Roberto Claudio foi lançada e abarcou a aliança de 13 partidos, inclusive o PMDB, que indicou o vice da chapa, Gaudêncio Lucena.

A aliança PT-PSB no Estado tinha eleito tanto o governador Cid Gomes como Luizianne.

A segunda vitória mais comemorada pela cúpula do PSB foi em Campinas (SP), quintal de São Paulo.

Jonas Donizette (PSB) venceu a eleição com 57,69% dos votos válidos, enquanto Marcio Pochmann (PT) teve 42,31% (231.420).

A cidade era mirada pelo PSB por ser o terceiro maior parque industrial do País.

Vitória também em Cuiabá (MT), onde Mauro Mendes (PSB) venceu com 54,5% dos votos válidos.

Lúdio Cabral (PT) ficou em segundo lugar (45,4%).

Contando as capitais, mas já em disputas não contra o PT, o PSB também levou Porto Velho (RO) neste segundo turno.

Entre as cidades menores, ainda angariou Duque de Caxias (RJ) e Petrópolis (RJ).

Das sete cidades onde os socialistas disputaram neste domingo (28), só perderam em Uberaba (MG), para o PMDB, que era apoiado pelo PT, apesar de o candidato socialista também ter usado a imagem de Dilma.

Lá, o deputado federal Paulo Piau (PMDB) teve 51,36% dos votos válidos e o deputado estadual Antônio Lerin (PSB), 48,64%.

No primeiro turno, o PSB já havia ganho disputas contra o PT no Recife (PE) e em Belo Horizonte (MG).

Após o prefeito da capital pernambucana João da Costa (PT) ter sido rifado pelo próprio partido de tentar a reeleição, a Executiva Nacional da legenda impôs a candidatura do senador Humberto Costa (PT).

Eduardo aproveitou a briga interna entre os petistas para lançar um nome próprio, seu ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Geraldo Julio (PSB).

Com isso, rompeu uma aliança de 12 anos com o PT na cidade.

Acabou elegendo Geraldo no primeiro turno com 51,15% dos votos.

Humberto amargou o terceiro lugar (17,43%), atrás até do deputado estadual Daniel Coelho (PSDB) - 27,65%.

Já em Belo Horizonte, o socialista vitorioso foi Marcio Lacerda (PSB), uma aliança do PSB com o PSDB, principal partido da oposição ao governo federal.

Ele disputou contra Patrus Ananias (PT), cuja candidatura foi uma aposta pessoal da presidente Dilma.

Marcio Lacerda teve 52,69% dos votos, contra os 40,80% de Patrus Ananias.

Apesar de ter perdido as eleições no segundo turno para o PSB, o PT foi o partido que mais elegeu prefeitos nas 50 cidades onde houve nova votação, junto com o PSDB.

Aos petistas coube a vitória na maior cidade do País, São Paulo, administrada por quase uma década pelo PSDB, e em mais sete municípios, entre os quais duas capitais, João Pessoa (PB) e Rio Branco (AC).

Os tucanos, por sua vez, conquistaram nove municípios, sendo três capitais: Manaus (AM), Teresina (PI) e Belém (PA).

A disputa dos petistas em João Pessoa foi contra o PSDB.

O deputado estadual Luciano Cartaxo (PT) teve 68,13% e seu adversário, Cícero Lucena (PSDB), 31,87%.

Por lá, o PSB manteve-se neutro.

Já em São Paulo, a vitória do ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) - 55,57% - sobre o ex-governador do estado paulista José Serra (PSDB) - 44,435 - teve o apoio do PSB, entretanto, Lula tratou de deixar Eduardo longe da campanha para ele não ter crédito na conquista.

O PSB foi o primeiro partido a declarar apoio ao petista, aliás, Eduardo sempre cita este episódio quando é instado a falar sobre uma suposta crise com o PT.

O governador de Pernambuco chegou a receber um telefonema de Haddad para que participasse de um evento no segundo turno, mas o tal ato não ocorreu, até porque, na última semana da eleição, as pesquisas de intenção de votos já apontavam vitória do ex-ministro com dez pontos percentuais de diferença.

Apesar dos fatos, Eduardo nega qualquer mal-estar com o PT e Lula.

E também já disse que não falará agora sobre 2014.

Pelo menos não publicamente.

Como em todos os passos dados pelo socialista, o rompimento com o PT em cidades estratégicas foi milimetricamente calculado.

E deu certo.

Mais uma prova de que o governador não dá ponto sem nó.