Por Terezinha Nunes, especial para o Blog de Jamildo A Era PT fez crescer no Brasil o debate sobre o preconceito em todos os sentidos.

Suscitado por grupos organizados, por sindicatos ou pelo próprio ex-presidente Lula, que faz mais discursos – sua especialidade – do que trabalha, o tema varou dias e madrugadas.

Levantaram-se várias bandeiras.

Todas elas com o objetivo “declarado” de pregar a igualdade.

Algumas vezes com seriedade de propósitos, outras com o objetivo puro e simples de ganhar votos.

Mas ninguém pode negar que houve debate.

Um desses debates mais instigantes norteou as discussões sobre os afrodescendentes, termo criado pelo movimento negro vinculado ao PT, para designar as pessoas negras.

Além do próprio debate sobre o termo em si, que pode ser escrito com ou sem hífen, de acordo com o novo acordo ortográfico entre o Brasil e Portugal, o assunto causou espécie.

Descobriu-se que os negros brasileiros não gostam de ser chamados de negros e nem de pretos mas de afrodescendentes, ou afro-descendentes.

Pelo menos foi isso o que se disse pelo país e não foi contestado.

Os negros dos Estados Unidos que a vida inteira lutaram pelo seu lugar ao sol e já conseguiram colocar um deles na presidência do país, Barack Obama, fazem questão de ser chamados de pretos, daí o termo que cunharam, Black Power, poder dos pretos.

Deixando a polêmica de lado, não resta dúvida, porém, que houve uma aceitação do termo pelos negros brasileiros e pela sociedade em geral.

Por conta desses e de outros temas correlatos, o PT ganhou na opinião pública o reconhecimento como partido que luta contra o preconceito.

Pois bem, nesta fase de mensalão e de condenações a seus dirigentes por ilícitos com o uso do dinheiro público, o PT, com os nervos à flor da pele, deixou cair por terra essa sua bandeira.

E o pior, pela boca de uma mulher, a presidente Dilma, a primeira que ganhou o direito de presidir o nosso país e que tinha, por isso, mais obrigação ainda de defender os direitos humanos, a igualdade e, por conseqüência, condenar o preconceito.

Sem o mesmo domínio de Lula com as palavras, Dilma manchou sua biografia praticando neste segundo turno das eleições municipais o mais deslavado bullying, termo americano adotado no Brasil, e utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica contra um semelhante, intencionais ou não, capazes de causar dor e angústia, sendo executados dentro de uma relação desigual de poder.

Ao pedir votos em Salvador para o seu candidato petista Nelson Pelegrino, Dilma atacou o adversário de Pelegrino, o democrata ACM Neto, ressaltando um defeito físico (será mesmo defeito, presidente? ) do candidato.

Em comício, a presidente afirmou que “Salvador não pode ter um governinho, um governo pequeninho” , prosseguiu, rindo, referindo-se claramente à altura de ACM Neto, precisos 1,68 cm.

Para coroar ainda mais que estava mesmo querendo ressaltar a pouca estatura de ACM, a presidente dirigiu-se, em seguida, ao candidato petista que tem 1,90 cm de altura e concluiu: “Nós temos que ter é um grande governo”.

A presidente, que não costuma tratar bem seus subordinados, confirmou com seus atos, pesquisas recentes indicando que o bullying está relacionado a “personalidades autoritárias, combinadas com uma forte tendência para dominar e controlar”.

CURTAS Estradas – Pode ficar nas costas do PT já que o secretário de transportes é o deputado estadual petista, Isaltino Nascimento, mas, sem dúvida, foi um vexame Pernambuco aparecer na pesquisa da CNT esta semana com 70% de suas estradas reprovadas.

Além das rodovias do interior, que viraram um buraco só, a Br 232 se deteriora dia-a-dia sem que nenhuma providência seja tomada.

Contratos – O Conselho Estadual de Direitos Humanos realiza audiência pública na próxima segunda-feira para debater um assunto delicado: a questão dos funcionários estaduais admitidos após seleção simplificada.

Eles reivindicam ticket alimentação e reajuste salarial, o que não está previsto na legislação.

O nome da audiência é “Direito Humano ao Trabalho” e começa às 9 horas no auditório da Procuradoria Regional da República.

Mudança – Encerrado o período eleitoral, a ex-deputada estadual Miriam Lacerda declarou a uma emissora de rádio de Caruaru que pode mudar de partido.

Atualmente no DEM, legenda pela qual disputou a Prefeitura, Miriam pode ir para o PMDB, PSDB ou mesmo para o PR.

O PDT, nas mãos do prefeito José Queiroz, o PTB, controlado pelo suplente de senador Douglas Cintra e o PSB, das deputas estaduais Raquel Lyra e Laura Gomes, estão fora de cogitação.