(Foto: Guga Matos/JC Online) Por Bruna Serra e João carvalho No Jornal do Commercio desta sexta-feira A despedida oficial será no dia 31 de dezembro.
O prefeito João da Costa (PT), entretanto, dá sinais de que pretende voltar triunfante.
Ontem pela manhã, durante solenidade de assinatura do Plano de Cargos e Salários da Guarda Municipal, o prefeito afirmou que seus planos de comandar o Recife não terminam ao final do mandato. “Porque eu ainda tenho dois meses de gestão e quando chegar o dia 31 de dezembro vou dar só um “até logo””, afirmou ele.
Em um recado direto aos seus correligionários, que durante o processo eleitoral se convertam em verdadeiros inimigos, João da Costa afirmou que não é possível esconder os avanços de sua gestão, especialmente nas classes mais pobres. “Às vezes as pessoas não dizem, mas, ao fazer uma pesquisa em junho para prefeito, eu aparecia com 45% de reconhecimento entre os mais pobres.
Nos mais ricos, era 17%.
Então esses números mostram a opção que o meu governo fez.
E eu faria tudo novamente”, bradou sob aplausos dos guardas.
Em um rompante de nostalgia - e raiva -, o secretário de Serviços Públicos, o petista Eduardo Vital, que falou antes do prefeito, fez do evento uma despedida melancólica.
Diante de João da Costa, o secretário disparou contra o PT, afirmando que o processo eleitoral e seus desdobramentos parecem “um grande pesadelo do qual ainda estamos por despertar”. “Na noite da última quarta tivemos inaugurando uma Academia da Cidade em Roda de Fogo.
Aquela beleza a cidade não conhece.
Não conheceu no processo eleitoral.
O nosso partido não mostrou.
Nós encerramos o processo sem mostrar algo desta natureza.
Os moradores de Boa Viagem, da Imbiribeira, do Alto José do Pinho não sabem disso porque isso não fez parte da agenda do meu partido”, disparou.
Mesmo sem o microfone em punho, o secretário queixava-se em voz alta e com a voz embargada.
Segundo ele, existe apenas uma explicação para João da Costa ter sido tirado do processo eleitoral: inveja. “O que é que o prefeito não fez?
O que ele descumpriu?
Ninguém tem coragem de dizer! É alguma coisa esquisita?
Porque os programas estão todos iguais.
Se tem diferente é porque foi melhor.
Estão preocupados porque foi melhor?
O prefeito então deveria ter sido pior para poder ser candidato?”, indagou Vital, ao classificar a fritura de João da Costa como um “ato de brutalidade típico de sectários”.
Dizendo-se fundador do PT nacional, Vital afirmou não admitir a postura dos correligionários. “O pior é ouvir dos dirigentes do meu partido, alguns com mandato, jogar a responsabilidade nas costas do prefeito.
Aí é muito, é muito para mim”, afirmou, em clara referência ao senador Humberto Costa e ao deputado federal João Paulo. À tarde, em evento no estacionamento do edifício-sede da PCR, a gestão reuniu servidores municipais para encerrar, festivamente, as comemorações do mês do servidor público.
Houve corte de bolo de 50 kg e a artista plástica e servidora Odete Araújo presenteou o prefeito - que foi representado pelo secretário de Administração, José Carlos Andrade - com um quadro contendo uma foto do gestor e um desenho da ponte de ferro, cartão postal do Recife.