A boa lógica indica que o governo da presidente Dilma está sendo alvo das empresas geradoras de energia elétrica.
Desde que anunciou (prometeu) em plena campanha eleitoral a redução das tarifas de energia para a população e as empresas, em 2013, os casos de apagão têm se multiplicado.
Vão aparecer explicações técnicas para os problemas “de quedas de energia”, como costuma ocorrer nestas horas, mas nada apagará os indícios de sabotagem.
A redução da conta de luz vai impor perda de faturamento às empresas e, perdendo receitas, terão que ajustar despesas e, o mais grave, pessoal, com cortes de funcionários.
O projeto de lei que prevê a redução da tarifa já tem mais de 400 emendas, justamente de empresas do setor, interessadas em travar a reforma.
Dilma meteu-se a besta de ajudar as empresas privadas a ganhar mais competitividade, só que ao custo de gordura das estatais.
Imperdoável, para os estatistas.
Quem sabe um crime neoliberal.
Melhor manter as coisas como são e estão, com loteamento político das geradoras.
O presidente FHC foi vítima deste lobby, quando ousou vender a parte de distribuição, em leilões públicos.
Comeu o pão que o diabo amassou.
Gente que se acha dono do Brasil, só por ter a chave de liga e desliga.
Vamos ver se a presidente terá força para dar um murro na mesa.
Uma opção seria radicalizar e colocar as concessões à venda, obtendo recursos para investimentos em outras áreas do governo.
Mas acho que falta coragem.
Os radicais implodiriam a campanha de reeleição de Dilma.
O curioso nesta história é ver o PT, que demonizou a necessidade de racionamento no segundo governo FHC, provar agora do mesmo veneno, sem poder falar em racionamento.
Risível, o ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse nesta tarde apenas que o apagão não era normal.
Nesta altura, jão são sucessivos os apagões.
O apagão de ontem foi o terceiro nos últimos dois meses.
No dia 22 de setembro, uma pane em um transformador deixou ao menos seis estados do Nordeste sem energia.
Em 3 de outubro, um incêndio em um equipamento acessório de um dos quatro transformadores da usina hidrelétrica de Itaipu deixou parte das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além dos Estados do Acre e Rondônia, sem abastecimento de energia.
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