(Foto: divulgação) Por Débora Duque No Jornal do Commercio desta quinta-feira Após o vereador André Ferreira (PMDB) ter apresentado sua candidatura à Presidência da Câmara do Recife, invocando o fato de ter sido o campeão de votos nesta eleição, o PSB começa a dar sinais de que não pretende abrir mão do comando do Legislativo municipal.
Embora Vicente André Gomes (PSB) já tenha demonstrado, publicamente, disposição para concorrer ao posto, Marília Arraes (PSB) passou a trabalhar seu nome nos bastidores desde o início da semana.
O assunto tem sido tratado com reserva pela bancada de governo.
Até porque a intenção do comando do PSB é adiar ao máximo o debate sobre mesa diretora para poupar o futuro prefeito, Geraldo Julio (PSB), de sofrer um desgaste político com a base neste início de transição administrativa.
Ontem, inclusive, a reunião que havia sido marcada entre os vereadores para discutir o tema terminou esvaziada por orientação do comando socialista.
A possibilidade de lançar um nome do partido para assumir a presidência seria um caminho para o PSB evitar, desde já, um conflito entre os membros da ampla base governista (30 vereadores).
O partido ficaria protegido pela prerrogativa de ser o detentor da maior bancada e se livraria da “saia-justa” de ter que contemplar uma das legendas da aliança com o cargo mais importante da Casa.
Prima do governador Eduardo Campos (PSB), Marília desfruta de uma relação mais direta com o comando socialista do que Vicente, que ingressou no partido em 2011.
Ela, inclusive, já chegou a conversar com alguns vereadores sobre sua candidatura.
Ao JC, no entanto, afirmou que não está tratando da questão. “É muito cedo para fazer essa discussão.
Não há nenhuma definição e tudo que for falado agora não passa de especulação”, disse.
Ela comanda a Comissão de Legislação e Justiça.
Aos 28 anos e prestes a ir para o segundo mandato, sua indicação para a presidência, porém, sofre resistência entre os veteranos.
Utilizando o mesmo pretexto de proporcionalidade das bancadas, o PSB também estuda fazer um “aceno” ao PT, entregando-lhe a primeira secretaria, responsável por administrar o orçamento da Casa.
O petista mais cotado para o cargo é Jurandir Liberal, atual presidente da Câmara.
Mas, além de depender do posicionamento político a ser tomado pelo PT em relação à gestão socialista, a estratégia esbarra num fator interno.
O atual primeiro-secretário, Augusto Carreras (PV), já demonstrou interesse em permanecer no cargo e por ser considerado um aliado fiel do PSB, não há intenção em desagradá-lo.