(Foto: reprodução da internet) Na Folha de São Paulo O ex-presidente do PT José Genoino disse ontem que vai entrar com recursos para reverter sua condenação no STF (Supremo Tribunal Federal) e defendeu sua inocência no processo do mensalão.
A corte, anteontem, considerou Genoino culpado por formação de quadrilha e, como ele já havia sido condenado por corrupção ativa, corre o risco de enfrentar a prisão. “Não me sinto condenado porque sou inocente.
Eu quero provar, usar todos os recursos jurídicos, os embargos”, disse Genoino, em entrevista à rádio “Estadão ESPN”.
Ele comparou o tribunal ao Poder Moderador, que foi usado por d.
Pedro 2º no Império para arbitrar conflitos entre Executivo e Legislativo. “O poder emana do povo, e o poder que emana do povo é o Legislativo, o Executivo.
O Supremo não pode querer ser uma espécie de Poder Moderador”, afirmou ele.
Na avaliação de Genoino, sua defesa vai “mostrar como o Supremo desprezou as provas e julgou com base em indícios”. “É a tirania da tese preestabelecida.
Enquanto tiver vida, voz, vou lutar.” Afirmou, porém, que vai seguir o que determinar o STF. “Sou obrigado a cumprir democraticamente as decisões do Supremo, mas vou discuti-las a cada hora, a cada dia, a cada momento.” Presidente do PT na época do escândalo, Genoino foi condenado por ter assinado contratos de empréstimos que alimentaram o mensalão.
Ele diz que não tratava de finanças no PT e firmou os contratos por obrigação formal. “Os empréstimos são atos jurídicos perfeitos.
O PT os declarou ao Tribunal Superior Eleitoral.
Os bancos cobravam, o juiz executou as dívidas, bloquearam minhas contas”, argumentou.
O ex-dirigente petista também negou novamente que tenha havido compra de votos no Congresso.
Indagado sobre sua opinião a respeito de possíveis irregularidades cometidas por outros membros do partido no episódio, Genoino respondeu: “Não vou falar de companheiros, falo de mim”.
Sobre a relação com a imprensa -foi um deputado fonte de informações a repórteres no Congresso- Genoino falou que agora sabe como é ser acusado. “Conheço o lado da poesia e o do sangue.
O lado do sangue também faz parte da democracia.”