Charge: Miguel Falcão/JC A Executiva Estadual do PT, finalmente, marcou para o dia 29 deste mês uma reunião extraordinária para fazer um balanço das eleições e discutir os rumos do partido no Estado.

Mais de duas semanas após o primeiro turno das eleições, o clima entre os correligionários ainda é de caça às bruxas, já que um passa para o outro a culpa pela derrota do partido no Recife.

O racha tanto permanece que, nessa segunda-feira (22), estava marcada uma reunião ordinária da Executiva, mas não ocorreu por falta de quórum.

Em vez do encontro com a cúpula estadual, houve uma conversa com os integrantes da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), da qual o senador e ex-candidato a prefeito do Recife, Humberto Costa, faz parte.

Entretanto, Humberto não participou da reunião, pois estava em Brasília, cumprindo agenda como parlamentar.

Enquanto os caciques petistas ainda lambem as feridas das eleições municipais, são cobrados publicamente por filiados a acordar, fazer um balanço da derrota na capital pernambucana e decidir um rumo.

Após 12 anos de governo e incontáveis brigas, o PT amargou o terceiro lugar na briga pela Prefeitura do Recife, com apenas 17% dos votos, trás do vencedor, Geraldo Julio (PSB), - candidato do governador Eduardo Campos (PSB) - e até do candidato da oposição Daniel Coelho (PSDB).

Um dos pontos que pesou negativamente para o partido foi o processo que rifou o prefeito João da Costa (PT) de tentar a reeleição.

Mesmo com alta rejeição, o gestor brigou para entrar na disputa, chegou a vencer uma prévia realizada contra Mauricio Rands (PT), mas a Executiva Nacional - da qual Humberto faz parte - anulou o pleito alegando falhas na lista de filiados aptos a votar.

Uma nova primária estava marcada, mas Rands renunciou em favor da candidatura de Humberto - que apareceu como alternativa aos nomes desgastados de João da Costa e Rands.

Em vez de o prefeito ser o candidato, a Executiva Nacional impôs o nome de Humberto.