O prefeito eleito do Recife, Geraldo Júlio, afirmou, nesta quarta-feira, que reconhece a importância de criar mecanismos fiscais para ajudar a animar a economia, neste cenário de crise internacional, mas não deixou de se alinhar com as críticas que o governador Eduardo Campos tem feito à queda dos repasses de FPM aos municípios.
Campos já afirmou que alguns prefeitos terão dificuldades de entregar as promessas de campanha em função do quadro fiscal.
Na Região Metropolitana do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e Paulista estão fazendo cortes de pessoal.
No Recife, o prefeito João da Costa também já reclamou publicamente de perda de receitas e citou a cifra de R$ 70 milhões como perdas, mas sem especificar o que era queda em função do FPM e o que era redução em função de mudanças da cota parte do ICMS, pelo governo do Estado.
O prefeito eleito defendeu que o governo Federal abrisse mão de receitas, em favor dos municípios. “O quadro fiscal é apertado para todo mundo, mas o governo Federal deveria fazer essas concessões (para a indústria nacional) abrindo mão de parte das contribuições sociais e não sobre os impostos (que são divididos com os municípios).
Nos últimos anos, o governo Federal centralizou muito e cresceu a arrecadação sobre as contribuições, que não são compartilhadas com os municípios.
Assim, os impostos são menores e apertados para os municípios”, disse.
Apesar da crítica, Geraldo Júlio evitou falar de 2014 e se Eduardo Campos sairá candidato a presidente ou mesmo a vice. “2014 só em 2014.
Muita água vai rolar e nós estamos na base do governo Dilma.
Como estamos fazendo boas gestões, é natural que a gente também cresça mais como partido”, declarou.
Nesta semana que passou, outro auxiliar de Eduardo Campos e prefeito reeleito fez o mais duro ataque ao governo federal, tendo como mote justamente a mesma plataforma do federalismo.
Aliado de Eduardo Campos bate duro em Dilma e seus ministros O prefeito de São Lourenço da Mata, Etorre Labanca, do PSB, muito ligado a Eduardo Campos, também saiu em defesa do governador Eduardo Campos, comentando reportagem da revista Veja dando conta de que Dilma estaria tentando emparedar o socialista, com a oferta de mais ministérios, como Transportes, numa tentativa de segurá-lo sob a orbita petista. “Ninguém empareda Eduardo Campos.
Ele não vai ser pautado por Dilma, nem por Lula, nem PSDB nem ninguém.
Ele vai ouvir o partido e ouvir a nação”, defendeu o aliado.