Charge: Miguel/Jornal do Commercio Por Bruna Serra Nor Jornal do Commercio desta terça-feira Sem rumo e sem comando, o PT pernambucano segue na indefinição sobre qual caminho tomará.

Previamente agendada para ontem, uma reunião da Executiva estadual do partido terminou não acontecendo.

O motivo?

Falta de clima para diálogo entre os dirigentes petistas.

Ao contrário do que se possa imaginar, a querela não se restringe à derrota no Recife, apesar de o resultado das urnas ser o ponto mais tenso da “autoanálise” que a legenda pretende colocar em curso no pós eleição.

Os filiados do interior do Estado estão irritados com o presidente do partido em Pernambuco, o deputado federal Pedro Eugênio, que no entendimento de muitos petistas deixou “sem retaguarda” as eleições em municípios distantes da Região Metropolitana do Recife.

Reclamam que todas as atenções foram dispensadas à sucessão na capital e em cidades como Ipojuca, onde o próprio Eugênio foi candidato e acabou derrotado.

Os insatisfeitos alegam que faltou uma liderança que participasse ativamente do processo nas cidades menores.

A deputada estadual Teresa Leitão e o deputado federal Fernando Ferro foram os únicos que circularam fora do Recife no período da eleição.

Ciente de que o clima ainda não está propício para qualquer encontro, Eugênio ensaia um trabalho formiguinha, consultando individualmente as principais lideranças do partido, aparando gradativamente as arestas, para que somente depois de acalmados os ânimos possa ser marcada uma grande reunião. “Do jeito que está é capaz de sair bala de uma reunião dessas”, afirmou, em tom de brincadeira, uma fonte ligada ao partido.

Oficialmente o presidente negou o adiamento. “Essa reunião não foi marcada, apenas havia se falado em marcar, mas não agendei nada”, retrucou Eugênio.

Nos bastidores circula a informação de que o prefeito João da Costa e o deputado federal João Paulo não dividem a mesma mesa sob hipótese alguma.

Além do senador Humberto Costa ter críticas fortíssimas à postura do prefeito durante a eleição.

O único ponto de consenso entre os petistas é que a prioridade para o momento é refazer as relações internas, sob pena de o Processo de Eleição Direta (PED) se converter em uma batalha fraticida, agravando ainda mais as diferenças entre os grupos políticos.