Foto: Clemílson Campos/JC Imagem O presidente do PT em Pernambuco, Pedro Eugênio, avaliou como negativo o saldo da legenda nas eleições em Pernambuco.
Para o petista, apesar de a legenda conseguir eleger treze prefeitos, o que pesou foi a derrota no Recife.
Em carta divulgada nessa segunda-feira (8), o petista, implicitamente, jogou a responsabilidade da perda para o governador Eduardo Campos (PSB).
A fragilização da Frente Popular não pode ser atribuída ao PT, diz Pedro Eugênio sobre situação no Recife Em carta, Lula comemora resultados da eleição para o PT e esquece do Recife “A fratura existente no seio do partido e que nos acompanha há quase quatro anos e a frustração da expectativa criada por afirmações enfáticas de aliados de que, uma vez escolhido nosso candidato, contaríamos com o apoio dos mais importantes partidos da Frente, nos levou a uma posição de isolamento”.
O governador rompeu com o PT no Recife e lançou a candidatura de Geraldo Julio (PSB).
Com o apoio de 14 siglas, conseguiu elegê-lo no primiero turno.
O PT amargou a terceira colocação, com 17% dos votos.
Sobre sua perda em Ipojuca - no Grande Recife -, onde se candidatou a prefeito, Pedro Eugênio lamentou a falta de meios de comunicação com a população. “O resultado eleitoral, que consagrou uma polarização forte entre o candidato do prefeito e o candidato tucano do governador, conferiu pouco espaço para o crescimento de minha candidatura em um município sem meios de comunicação de massas – não há guia de TV e só há 3 rádios comunitárias de baixo alcance – e sem jornais relevantes”.
Leia o texto completo: Caros amigos e amigas, Dirijo-me, através desta carta aberta, a todos, seja no Partido dos Trabalhadores, seja na sociedade.
Concluídas as eleições, como presidente do Partido, registro que elegemos treze prefeitos, quando tínhamos conquistado oito em 2008.
Um avanço, sem dúvida, porém modesto.
E, olhando os municípios, a derrota do PT em Recife inegavelmente torna nosso saldo negativo.
A fratura existente no seio do partido e que nos acompanha há quase quatro anos e a frustração da expectativa criada por afirmações enfáticas de aliados, de que, uma vez escolhido nosso candidato, contaríamos com o apoio dos mais importantes partidos da Frente, nos levou a uma posição de isolamento.
Esta conjuntura, não obstante a alta qualidade e representatividade da chapa Humberto Costa – João Paulo, nos levou à derrota já no primeiro turno.
Agora temos pela frente a tarefa de abrirmos a discussão em nossas instancias partidárias com vistas a construirmos um novo patamar de relacionamento entre nossas forças.
Pessoalmente considero inaceitável continuarmos com o alto grau de conflito hoje existente, sendo necessário um processo vigoroso de debate interno capaz de estabelecer uma solução duradoura e estratégica, custe o que custar.
Como candidato do PT à prefeitura de Ipojuca, quero também me pronunciar.
Agradecer a todos os que me apoiaram nesta tarefa.
E dizer que decidi ser candidato a partir de decisão partidária construída quando da elaboração de nosso Planejamento Estratégico em 2011, referendada pela nossa Executiva Estadual e pelo Diretório Estadual do Partido de termos os nossos mais representativos quadros políticos disputando prefeituras nos municípios mais importantes do estado.
Na ocasião de minha decisão de tornar-me candidato em Ipojuca, levei em consideração a importância do município que detém altíssimo grau de investimentos federais advindos de decisões do governo Lula, o segundo maior PIB do estado e a mais elevada arrecadação per capta do estado, lado a lado com os piores índices de desenvolvimento social e de serviços públicos de Pernambuco.
Considerei também que, afora a existência de um pré-candidato tucano, havia um relativo vazio político de alternativas eleitorais.
Coloquei-me ao partido localmente e fui apoiado, não sem antes consultar o ex- presidente Lula e dele receber entusiástico apoio.
O resultado eleitoral, que consagrou uma polarização forte entre o candidato do prefeito e o candidato tucano do governador, conferiu pouco espaço para o crescimento de minha candidatura em um município sem meios de comunicação de massas – não há guia de TV e só há 3 rádios comunitárias de baixo alcance – e sem jornais relevantes.
Município onde o século vinte e um das indústrias de Suape e do complexo turístico de Porto de Galinhas convive com o século dezenove de casas sem banheiros de qualquer espécie, no meio rural e nas cidades, para ficarmos no exemplo mais chocante.
Tive uma expressiva vitória política.
Não fui tocado pela covardia de fugir da luta na última hora.
Pelo contrário.
Criei um novo patamar de discussão política sobre o futuro deste município e sobre a absoluta necessidade de conciliar os avanços em arrecadação municipal e em industrialização com o fazermos de Ipojuca espaço de referencia nacional em qualidade de serviços públicos universalizados na educação, na saúde, no saneamento básico, na habitação popular, nos transportes públicos, na segurança, na preservação ambiental e na gestão pública.
Ganhei o respeito do bravo povo ipojucano.
Cercado de carinho e admiração da população, mesmo não traduzidos em votos, criei espaço político para meu partido e para o povo de Ipojuca, das praias, de Nossa Senhora do Ó, da Sede municipal, de Camela e dos engenhos, continuarmos atuando, através de meu mandato de deputado federal e das ações partidárias, sempre com a sociedade, de forma a jamais voltarmos a ter o vácuo político existente no passado.
O quadro político de Ipojuca jamais será o mesmo.
Apesar da eleição de um lídimo representante das forças tradicionais, estarei militando junto à sociedade ipojucana para fazer valer a Justiça Social e extinguir a prática nefasta de compra desenfreada de votos que reina até hoje em Ipojuca.
E assim irmos, coletivamente, ajudando a construir a Ipojuca do futuro.
Pedro Eugênio Deputado Federal PT/PE Presidente Estadual do PT/PE