O governador Eduardo Campos mostrou, nesta manhã, no Recife, que já está maduro politicamente e agindo como um estadista, sem ceder ao populismo e à demagogia.
Nos bastidores da TV Jornal, a repórter Angela Fernanda Belfort, de Economia, perguntou ao governador se ele comentaria a crise que a Chesf, controlada politicamente pelo PSB, deve enfrentar, com possíveis demissões, para ajustar-se à perda de receita provocada pela redução das tarifas de energia anunciadas pela presidente Dilma.
Em tempos mais incendiários, na oposição, o neto do governador Miguel Arraes fecharia com o discurso sindical, defendendo o emprego dos funcionários públicos, jogando a empresa contra a opinião pública - o famoso jogar para a plateia.
Não foi o que se viu nem ouviu.
Inicialmente, Eduardo Campos observou que não dava para dizer ao certo as consequências que a medida iria ter uma vez que a Medida Provisória estava sendo analisada pelo Congresso Nacional.
Mais de 400 emendas já foram feitas, muitas delas por empresas geradoras de energia, com vistas a reduzir os impactos.
Eduardo Campos saiu em defesa da necessidade de redução do preço da energia no Brasil. “As empresas já amortizaram esses investimentos.
Elas não podem continuar apresentando lucros artificiais, enquanto limitam a produtividade (da indústria) brasileira”, afirmou.
Eduardo Campos teve a preocupação de afirmar que as mudanças deveriam ser feitas com cuidado, de modo a que as empresas não perdessem a capacidade de sobreviver.
A repórter do JC lembrou, então, que a conta deveria ser dividida com as distribuidoras (privadas hoje).
Eduardo Campos lembrou que, em nome da segurança jurídica do Brasil, não se poderia quebrar contratos e que o melhor caminho seria cobrar que as agências reguladoras fossem mais ágeis e mais duras com elas, no cumprimento dos contratos. “Aqui no Estado, venho reclamando que a qualidade da Celpe vem caindo sobremaneira e se silencia.
Já critiquei publicamente o baixo investimento da Celpe”, observou. “Cobrar mais do papel das agências não é excludente (com a iniciativa de redução das tarifas)” Depois do anúncio de redução das tarifas, pelo governo Federal, os apagões tem sido frequentes pelo país à fora.