João Paulo e Humberto (Foto: Vinícius Sobriera/Blog de Jamildo) A briga interna do PT marcou a trajetória do partido neste ano.
A disputa pela vaga de prefeito começou ainda no primeiro semestre, quando o atual gestor, João da Costa (PT) foi impedido pela própria sigla de tentar a reeleição.
Em resposta ao que chamaram de “violência”, os aliados do prefeito se negaram a entrar na campanha de Humberto Costa (PT), escolhido da Direção nacional para disputar a Prefeitura do Recife.
Com cada grupo estudando expulsar os seus desafetos, a briga interna pautou o discurso petista neste domingo de eleições.
Durante o café da manhã do partido, no bairro de Casa Forte, o deputado federal e ex-prefeito João Paulo (PT), vice na chapa do PT, avaliou o racha interno como principal dificuldade enfrentada pela candidatura, que tem Humberto Costa (PT) como postulante a prefeito. “Enfrentamos muitas dificuldades, internas, externas e extra-externas.
Mas as maiores certamente foram as internas.
Durante a campanha não conseguimos trazer a militância para junto de nós.
Só nas últimas duas semanas obtivemos uma resposta positiva deles.” “Mas isso é o suficiente para estarmos confiantes num segundo turno”, afirmou João Paulo (PT), acreditando que a candidatura de Humberto terá um resultado melhor que os 16% - e o terceiro lugar - apontados nas pesquisas.
Não poderia faltar uma farpa para o atual gestor - que foi indicado justamente por João Paulo, em 2008 -, e ambos romperam as relações no ano seguinte. “Vivemos algo atípico no partido.
Começou nas prévias, com os votos irregulares (a favor de João da Costa).
Depois veio a judicialização: as pessoas entrando na Justiça contra o próprio partido.
Depois eles não aceitaram a decisão da Nacional por colocar Humberto.
Uma situação atípica como essa precisa ser tratada de forma atípica”, afirmou. “Democracia é bom, mas dá um trabalho danado”, completou, sorrindo, citando o bloco carnavalesco Quanta Ladeira.
Nos bastidores comenta-se que os grupos de João Paulo e Humberto articulam a expulsão de João da Costa e aliados.
Do outro lado, partidários do atual prefeito também trabalham o enfraquecimento de Humberto e João Paulo.
Mais comedido, o cabeça de chapa, Humberto Costa, falou apenas que “o prefeito (João da Costa, do PT) está com Geraldo (Julio, do PSB)”.
Em resposta, João da Costa, depois de votar, ironizou Humberto. “Mesmo ele não querendo, eu votei nele.
Sou disciplinado e votei no meu partido.
Votei Humberto, 13”.
Ao saber da ironia, o candidato petista preferiu se esquivar com um “sem comentários”, seguido de risos.
João da Costa diz que votou em Humberto, mesmo discordando do processo de escolha do candidato Humberto e o, agora aliado, Jorge Pérez (Foto: Vinícius Sobreira/Blog de Jamildo) O ex-presidente estadual do PT, Jorge Pérez, pertenceu ao grupo de João da Costa durante todo o período de prévias.
Mas depois da decisãod a Nacional pela candidatura de Humberto, o petista resolveu acatar e entrou na campanha.
Mas, na avaliação dele, os números das pesquisas mostram que o partido “cometeu erros graves”. “Eu vou batalhar pela vitória de Humberto.
Mas, seja qual for o resultado, o PT precisa fazer um balanço.
Estamos vendo que as prévias foram um erro.
E quando a poeira baixar Precisaremos trabalhar pela reunificação do partido.
Não existe uma ponte entre os grupos (de João da Costa, de um lado, e Humberto com João Paulo, do outro), mas precisaremos construir isso.” O partido está pagando uma conta cara por um erro de Humberto e João Paulo, afirma petista ROLO COMPRESSOR - Humberto Costa voltou a criticar a campanha de Geraldo Julio (PSB).
O petista reiterou o uso da máquina pública estadual, governada por Eduardo Campos (PSB), a favor do candidato socialista. “Foram muitas dificuldades.
Enfrentamos uma campanha milionária, com claro e forte uso da máquina.
Até a Compesa entrou em favor de Geraldo Julio (PSB), pagando inserções com dinheiro público para rebater minha campanha”, reclamou. “Não é possível esse abuso de poder.
O Ministério Público Eleitoral precisa fazer algo”.
Veja também: Militantes petistas são flagradas fazendo boca de urna Humberto e a neta Beatriz, de 4 anos. (Foto: Vinícius Sobriera/Blog de Jamildo)