Ao romper com o PT na capital, governador de PE busca independência para possível candidatura à Presidência Presidente do PSB leva o seu desconhecido secretário estadual a líder nas pesquisas e favorito à prefeitura Na Folha de São Paulo deste sábado O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), tenta consolidar sua hegemonia no poder ao escolher um candidato a prefeito de Recife modelado ao seu perfil, o ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio (PSB).

Ao romper com o PT na capital pernambucana, Campos, presidente nacional do PSB, busca independência para uma possível candidatura presidencial em 2014.

Uma vitória de Geraldo Julio ofereceria a base de que o PSB necessita para manter um palanque forte no Estado, após a saída de Campos do governo, daqui a dois anos.

Aliados do governador afirmam que ele não deseja disputar uma vaga no Senado, por não ver possibilidade de, no cargo, ampliar o seu espaço no cenário nacional.

A cúpula petista já considera certa a candidatura de Campos à Presidência.

Aliados mais pragmáticos do socialista dizem que tudo depende do grau de envolvimento do Brasil na crise econômica internacional.

O governador nega.

Diz que apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff e afirma que o rompimento com o PT é pontual e não afeta a relação nacional entre as siglas.

Antes de romper em Recife, Campos dizia que apoiaria o nome indicado pelo PT à sucessão na cidade.

Ao anunciar a candidatura de Julio, alegou que a disputa interna tirou do PT a condição de liderar o processo.

EMPURRÃO Para levar seu desconhecido candidato à liderança nas pesquisas, o governador atribuiu a ele o gerenciamento de grandes empreendimentos e ações sociais do Estado.

Com o apoio de 14 partidos, 12 minutos na TV e mais dinheiro em caixa que a soma das receitas de seus adversários, a campanha socialista decolou, empurrada pelo slogan “foi Geraldo que fez”.

O PSB enviou aos eleitores milhares de cartas de apresentação do seu candidato.

O governador deixou várias vezes seu gabinete em horário de expediente para caminhar ao lado dele.

E até gravou mensagem telefônica de apoio a Geraldo Julio.

O PT, que não contou com a presença do ex-presidente Lula no palanque de Humberto Costa, acusou o PSB de casar propaganda com a publicidade oficial do Estado.

O partido pediu há mais de um mês à Justiça a cassação da candidatura de Julio -o juiz eleitoral do caso é cunhado do presidente estadual do PSB, Sileno Guedes.

Nesta semana, o PT entrou com outra ação, pedindo o impedimento do juiz.

O Tribunal Regional Eleitoral não tem data para definir o caso.