O deputado federal Eduardo da Fonte, do PP, aliado do candidato do PT no Recife, Humberto Costa, defendeu, ainda em março, antes do começo da campanha eleitoral, que a PPP da Compesa fosse abortado, em documento oficial enviado à estatal, durante os debates sobre a adoção do instrumento de parceria, promovido pelo governo do Estado, antes da abertura da licitação e assinatura do contrato.

Em uma carta com timbre oficial da Câmara Federal, endereçada ao presidente da Compesa, Roberto Tavares, o deputado federal Eduardo da Fonte defender que a estatal opte pela abertura de capital da empresa, na bolsa de valores.

O deputado lista cinco argumentos para a possibilidade de afastar a PPP. “O custo é menor do que a PPP”, avaliou, inicialmente. “Não provoca perda de receita, não aumenta o défict da Compesa, aumenta o valor da Compesa”, acrescenta.

Eduardo da Fonte argumentou, ainda, que a opção pela abertura de capital manteria sob administração da Estatal a exploração dos serviços de esgotamento e destacou, na sua avaliação, o prazo menor na obtenção dos recursos necessários e na execução das obras destinadas á expansão da rede de esgotos.

Na carta, Eduardo da Fonte diz que iria fazer levantamento de duas empresas que abruram capital e estavam negociando ações em bolsa de valores.

A primeira delas era a Sabesp. de São Paulo.

A outra, a Sanepar, do Paraná. “É urgente que a Compesa, antes de pensar em qualquer alternativa, adote ações visando conferir eficiência na qualidade nos serviços prestados, redução de perdas físicas, ampliação da micro e macro medição, além da cobrança de grandes devedores”, afirmou.

Resposta da Compesa “A implantação de um projeto de abertura de capital, neste momento, exigiria um tempo elevado de adequação da empresa, o que entraria em conflito com a atual demanda social e ambiental pelos serviços de coleta, transporte e tratamento de esgoto, que é cada vez mais crescente pelos órgãos reguladores e fiscalizadores, como por exemplo o Ministério Público”, disse a empresa, em resposta assinada pelo diretor comercial Décio Padilha. “Apesar da significativa melhoria de resultados alcançados pela companhia nos últimos anos, com o aperfeiçoamento de suas ferramentas de gestão, a Compesa ainda não alcançou todas as condições de governança indicativas para um processo como esse”, explicou a empresa A direção da Compesa alega ainda que é importante considerar a grande responsabilidade que a Compesa assumiria em adiar a implantação de uma solução mais ágil para atender às demandas requeridas. “Os prejuízos por não atender a esta urgente demanda são incalculáveis, podendo levar a Compesa a sérias dificuldades financeiras, considerando que as multas aplicáveis são elevadas e não diminuem os impactos ambientais gerados pela falta de serviços de esgotamento sanitário nas áreas onde não há sistemas implantados”, frisa a empresa, em resposta ao deputado.