(Foto: Blog de Jamildo) Mesmo com o governador Eduardo Campos indo a TV, no programa de Geraldo Julio, garantir que não haverá privatização nem reajuste nas tarifas da Compesa, com a adoção do mecanismo de PPP, o deputado federal Eduardo da Fonte, do PP, aliado de Humberto Costa, candidato do PT, reafirmou, em debate no programa CBN Total, com Lorena Gomes, que haverá repasse para a conta de água e a população vai pagar pelos serviços. “Não sou contra por uma questão política.
Eu estudei o assunto”, pediu para frisar.
Em parte do programa, mesmo frisando que não estava politizando a discussão técnica, o deputado federal fez uma provocação aos socialistas. “O governo Eduardo não é tão competente, para fazer tantas coisas, porque não é competente para dar um choque de gestão na Compesa”, questionou.
No ar, o parlamentar afirmou ainda que trata a questão deste março deste ano e que não está sendo oportunista. “O presidente da Compesa me deu uma resposta evasiva.
Por isto, decidi estudar mais o assunto e tenho hoje a convicção de que, desta forma, vamos dar de presente o filé mignon da Compesa.
Porque não se privatiza logo tudo?”, observa. “Vamos entregar o patrimônio do povo e o lucro vai para o privado”, reclamou. “Na minha opinião, o que falta na Compesa é um choque de gestão.
Deveria se dar um choque de gestão para que ela mesma faça os investimentos” Uma das argumentações apresentadas pelo parlamentar para se opor ao projeto da PPP foi a fonte de financiamentos da empreitada. “Não vai entrar dinheiro privado nesta empreitada.
Eles vão buscar financiamentos do BNDES, dando como garantia os recebíveis da própria estatal”, comentou.
Eduardo da Fonte reclamou também que o faturamento da empresa vencedora será de R$ 17 bilhões, em 35 anos, mas não informou qual seria o custo de operação, uma vez que faturamento não é lucro líquido.
Na semana passada, o presidente da Compesa, Roberto Tavares, havia afirmado que não havia prejuízo de R$ 70 milhões, com a perda de 50% da receita de esgoto.
Tavares observou que os críticos do processo não estavam levando em conta que a Compesa, com o processo, vai deixar de assumir custos operacionais de R$ 50 milhões, sem contar que o faturamento da empresa supera a casa de um bilhão de reais (se comparado com os R$ 70 milhões reclamados).
Eduardo da Fonte também disse não ter medo de contrariar o governador do Estado. “Estou dando uma contribuição ao seu governo.
Não é uma crítica ao governador.
O meu papel de parlamentar é este.
Não falar depois que tudo já está resolvido”, disse. “Acredito que temos um propósito em comum, estamos no mesmo barco, que é encontrar a melhor proposta para ajudar a população.
Temos”, diz. “Temos que esgotar essa discussão.
Não podemos tratar com emoção.
Há questões que não estão claras”.