Jéfte Amorim Do NE10 Traçar um perfil do eleitorado da Região Metropolitana do Recife.
Foi com esse objetivo que, entre 4 e 13 setembro, um grupo de pesquisadores recifense coletou informações que resultaram na pesquisa de opinião pública “Eleições e eleitores: opinião dos residentes da RMR sobre eleições, política e políticos”.
Entre os dados levantados, a descrença na política, o maior engajamento entre os jovens e o alto desinteresse pelo voto chamaram a atenção.
O levantamento, realizado por um grupo da Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire), aponta um alto percentual de eleitores que defendem o voto facultativo.
No entanto, um menos de 50% dos entrevistados continuariam exercendo o voto se não fossem obrigados. “Detectamos uma elevada tendência à evasão em nossa região. 50,87% das pessoas não compareceriam às urnas se não fossem obrigadas”, destaca Uranilson Carvalho, coordenador da pesquisa.
Mas, ao contrário do que se pode pensar, a maior probabilidade dessa evasão não se concentra na juventude.
A faixa etária entre entre 16 e 25 anos, especialmente com maior renda e escolaridade, representa a maior proporção dos que votariam ainda que sem obrigatoriedade. “Isso contraria o que se coloca às vezes de que a juventude atual é dispersa.
Acreditamos que a juventude é, por natureza, mais engajada, e a maior renda e escolaridade possibilitam maior acesso à informação”, pontua Uranilson, que é professor e economista.
A unanimidade da opinião pública parece estar, mesmo, na descrença na política partidária.
A soma dos que acreditam “em nada” e “em quase nada” do que dizem os políticos chega a 94,57%.
Além disso, quase 61% dos entrevistados avaliam que o nível dos candidatos continua o mesmo, em relação ao pleito passado, e 16,53% acreditam que piorou. “A falta de credibilidade dos políticos é impressionantemente alta entre os moradores da RMR”, exclama o coordenador da pesquisa.
Em relação à ética, a opinião dos metropolitanos também é severa.
Independentemente da faixa etária, renda e escolaridade, poucos são os que confiam na integridade dos representantes eleitos.
Enquanto 0,43% acreditam que todos são honestos, 27,39% dos ouvidos aposta na desonestidade de todos os políticos.
Os que creem que há uma parcela mínima de pessoas honestas no meio político somam 66,30% do total.
Fatores como escândalos de corrupção, troca de cargos e votos por favores pessoais e descaso político podem sem os grandes pivôs desse desgaste. “E as pessoas de mais idade tendem a ser as mais descrentes, pelo histórico negativo acumulado na bagagem durante a vivência da política”, acredita o pesquisador Uranilson Carvalho.
Ao todo, a pesquisa ouviu 753 moradores de dez municípios da Região Metropolitana (Camaragibe, Olinda, Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca e Recife).
A metodologia adotada foi quantitativa, com amostra não aleatória por quota, por meio de entrevistas individuais e pessoais.
Todos os números estão sujeitos à margem de erro de 3,5%.
Pesquisa sobre Eleitorado da RMR - GEMEPE/FAFIRE from Jéfte Amorim