Foto: Instituto Lula/divulgação Da Agência Estado com Blog de Jamildo A ideia de preparar uma nota de desagravo a Luiz Inácio Lula da Silva, assinada por partidos aliados do governo Dilma Rousseff, partiu do próprio ex-presidente.

Lula fez a sugestão ao participar de ato da campanha de Fernando Haddad (PT) no domingo no Centro de Tradições Nordestinas, em São Paulo.

O texto foi divulgado nessa quinta-feira (20) por partidos da base aliada do governo federal e acusa a oposição de “golpe” ao usar o julgamento do Mensalão no processo eleitoral.

Em nota, Sérgio Guerra diz que está batendo terror no PT por conta do Mensalão Marcos Valério envolve Lula no Mensalão.

Demorou!

Oposição recua e desiste de investigação contra Lula Lula solta farpa contra Eduardo, que silencia Em conversa com o presidente do PT, Rui Falcão, e com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos - que comanda o PSB -, Lula pediu aos aliados que se unissem para repudiar “calúnias e mentiras” contra ele.

Seu argumento era que a estratégia vem sendo usada para prejudicar não só o PT, mas todos os partidos governistas nas eleições.

Declarações atribuídas ao empresário Marcos Valério pela revista Veja, naquele fim de semana, jogavam Lula no centro da crise, apontando-o como “chefe do mensalão”.

Campos imediatamente aceitou a proposta da nota, depois redigida por integrantes do PSB.

O governador de Pernambuco viu ali uma oportunidade de se reaproximar de Lula. “Precisamos defender o projeto, que é de todos nós”, disse ele.

Nos bastidores, comenta-se que ele e Lula estão rompidos após o PSB cortar alianças com o PT em cidades como o Recife, Belo Horizonte e Fortaleza.

Falcão esteve na quarta-feira em Brasília e mostrou a nota de desagravo a Lula à presidente Dilma Rousseff, que a aprovou.

Até mesmo o PRB de Celso Russomanno - adversário de Haddad na campanha paulistana - carimba o documento.

Com expressões fortes, o texto aponta “práticas golpistas” e também é subscrito pelo PMDB, PC do B e PDT.

Não foi avalizado pelo PR nem pelo PP do deputado Paulo Maluf, aliado de Haddad, e por motivos óbvios, não chegou a ser enviado ao PTB.

Na quarta-feira, o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal, condenou Roberto Jefferson delator do esquema e presidente do PTB, pelo crime de corrupção passiva e o deputado Valdemar Costa Neto (PR), ex-presidente do PL, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

O teor da nota assinada por partidos da coligação de Dilma também passou pelo crivo da Executiva Nacional do PT, que se reuniu na segunda-feira.

Naquele dia, Falcão interrompeu a reunião para se encontrar com Lula.

Logo depois, a cúpula do PT decidiu convocar os militantes para uma “batalha do tamanho do Brasil” em defesa do partido, de Lula e do seu legado.

Era o primeiro ensaio para a manifestação de ontem.

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo Leia a nota: À SOCIEDADE BRASILEIRA O PT, PSB, PMDB, PCdoB, PDT e PRB, representados pelos seus presidentes nacionais, repudiam de forma veemente a ação de dirigentes do PSDB, DEM e PPS que, em nota, tentaram comprometer a honra e a dignidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Valendo-se de fantasiosa matéria veiculada pela Revista Veja, pretendem transformar em verdade o amontoado de invencionices colecionado a partir de fontes sem identificação.

As forças conservadoras revelam-se dispostas a qualquer aventura.

Não hesitam em recorrer a práticas golpistas, à calúnia e à difamação, à denúncia sem prova.

O gesto é fruto do desespero diante das derrotas seguidamente infligidas a eles pelo eleitorado brasileiro.

Impotentes, tentam fazer política à margem do processo eleitoral, base e fundamento da democracia representativa, que não hesitam em golpear sempre que seus interesses são contrariados.

Assim foi em 1954, quando inventaram um “mar de lama” para afastar Getúlio Vargas.

Assim foi em 1964, quando derrubaram Jango para levar o País a 21 anos de ditadura.

O que querem agora é barrar e reverter o processo de mudanças iniciado por Lula, que colocou o Brasil na rota do desenvolvimento com distribuição de renda, incorporando à cidadania milhões de brasileiros marginalizados, e buscou inserção soberana na cena global, após anos de submissão a interesses externos.

Os partidos da oposição tentam apenas confundir a opinião pública.

Quando pressionam a mais alta Corte do País, o STF, estão preocupados em fazer da ação penal 470 um julgamento político, para golpear a democracia e reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula.

A mesquinharia será, mais uma vez, rejeitada pelo povo.

Rui Falcão, PT Eduardo Campos, PSB Valdir Raupp, PMDB Renato Rabelo, PCdoB Carlos Lupi, PDT Marcos Pereira, PRB.

Brasília, 20 de setembro de 2012