Foto: Társio Alves/divulgação Bruna Serra, do Jornal do Commercio A ausência do ex-presidente Lula na eleição do Recife tem deixado magoados o candidato Humberto Costa (PT) e seu vice, o ex-prefeito João Paulo (PT).
Com o senador em Brasília dessa quinta-feira (20), coube a João Paulo dar explicações de porque ainda não foi confirmada a vinda do ex-presidente, antes ventilada exaustivamente pelo partido.
Para o ex-prefeito, Lula ainda não pisou em terras recifenses por uma opção política de não enfrentar o governador Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, partido com o qual o PT protagoniza disputa por espaço desde a pré-campanha. ““Para nós, a vinda dele (Lula) pode significar uma mudança no quadro, mas é uma opção política Lula não vir, Dilma não gravar.
Seria crucial nessa reta final a vinda de Lula.
Ele poderia ser o grande diferencial para irmos ao segundo turno com uma margem maior em cima de Geraldo””, ponderou João Paulo durante caminhada no Centro do Recife.
O tabuleiro político nacional e o peso do PSB no Congresso, no entendimento do ex-prefeito, estão pautando a decisão do ex-presidente. ““É um partido importante para a governabilidade e Eduardo Campos é o presidente nacional do PSB.
Não tem outra justificativa, acho que se fosse apenas pela situação do Recife ele já teria vindo e Dilma já teria gravado.
Não acho que eles estão sacrificando o Recife, apenas acho que estão agindo de forma mais racional e menos emocional””, afirmou o vice, destacando que a situação do Recife é a mais acirrada em todas as capitais que PT e PSB disputam prefeituras.
Esse entendimento, curiosamente, é o mesmo do maior desafeto do ex-prefeito: o atual gestor, João da Costa.
O prefeito afirmou no início deste mês que o PT nacional não está preocupado com o desenrolar do processo eleitoral na capital pernambucana.
Lula já esteve em três capitais nos último 20 dias.
Primeira delas foi Belo Horizonte, em seguida Salvador e na última quarta-feira em Manaus.
Secretário de Organização do PT nacional, Paulo Frateschi admitiu domingo último que o ex-presidente ainda não tinha vindo ao Recife por “falta de condições políticas”.
A opinião também é partilhada pelo coordenador nacional da tendência Construindo um Novo Brasil, Francisco da Rocha.