Por Rodrigo França Com a proximidade das eleições municipais, o eleitor precisa ter consciência de que o bom funcionamento de uma democracia não se esgota no voto bem direcionado.
Após eleitos, os candidatos devem ser fiscalizados pelos cidadãos, a fim de estabelecer um processo efetivo de transparência pública (“accountability”, no jargão da Ciência Política).
Ao eleitorado cabe, além de escolher representantes de forma criteriosa e independente, garantir que haverá pressão significativa para punir eventuais casos de improbidade administrativa.
Dessa forma, a legitimidade do voto, mecanismo indispensável à credibilidade do processo eleitoral, é reforçada e confere um caráter justificado de continuidade institucional.
Parte dos aspectos predatórios da democracia brasileira, como a corrupção, a gestão pública ineficiente e os aumentos salariais injustificáveis, persiste porque a maioria da população se abstém de cumprir esse importante papel fiscalizador.
Tal concepção de completude democrática é imprescindível e forma cidadãos mais rigorosos quanto à forma por que se conduz a política.
Exigir um comportamento condizente de nossos representantes com a responsabilidade implicada pela ocupação de um cargo público é, portanto, mandatório.