Bom dia, Jamildo!

Sobre a nota: Movimento Xô Corrupção faz protesto contra ida do governador à Ipojuca por Carlos Santana, gostaria de fazer algumas considerações: A primeira é agradecer o espaço para a oposição manifestar que existe divergências sobre a unanimidade que querem plantar sobre a aprovação do modelo de gestão de Eduardo Campos.

Também precisamos esclarecer que a nota não foi escrita por mim, Fabiana Honório, presidente da Comissão provisória do PSOL Ipojuca, pois apesar de fazermos parte de vários movimentos sociais e inclusive do Xô Corrupção, não queremos repetir os erros do PT e aparelhar os espaços legítimos de construção social, que são os movimentos.

E não gostaríamos de tratar a crítica que fazemos a Eduardo Campos como momentãnea e eleitoral, pois ela é muito mais profunda pelo seu modelo de gestão reduzindo o aparelho do Estado ao seu personalismo e delegando à iniciativa privada toda a prestação dos serviços básicos à população, com os sabidos superfaturamentos nas licitações.

O Estado mínimo faz seu laboratório em Pernambuco e Ipojuca, capitaneado pelo governador que quer estender, à todas as prefeituras um modelo de transferência dos recursos públicos para as empresas privadas, mas no caso de Ipojuca , fazem, inclusive, a barganha territorial de áreas de preservação permanente, mangues, mata atlântica, vegetação nativa e ilhas, sem respeitar a população nativa, os moradores de Ipojuca com tentativas de instalação de indústrias altamente tóxicas, e o outro potencial natural da cidade que é o turismo e a pesca.

Uma nova alternativa logística para as indústrias , a área das usinas, que equivale a quase toda a cidade, é intocável por pertencerem à parentes de políticos influentes.

Locais estes, que seriam a alternativa logística para a continuidade do desenvolvimento pensando numa alternativa que se aproximasse de um modelo de sustentabilidade, salvaria nosso litoral e o sustento de mais de 5 mil famílias que sobreviviam desta atividade milenar e constitucional, e agora agonizam.

O pólo industrial é necessário, mas não precisa avançar sobre o manguezal, inviabilizando outros potenciais econômicos da região.

Ipojuca é a cidade mais cobiçada , depois da capital Recife, pela combinação ideal de grande arrecadação e pequena população, o que quer dizer porta aberta para a corrupção, como temos visto.

Em nossa cidade, há uma sequência de más gestões , de administrações estreitamente ligadas ao governo para que sua proteção não leve os corruptos para a cadeia. É sabido que o governador faz grandes defesas de Carlos Santana no supremo, para que este não seja impugnado antes da eleição.

Assim como acontecido com a atual gestão de Ipojuca Pedro Serafim e seu candidato à sucessão Romero ,que acumulam processos de grandes somas de dinheiro seguindo o mesmo exemplo, os ex-secretários que são candidatos Eliete Lins, Maurisson, Marco Antônio, e os vereadores de mandato todos querem imunidade parlamentar para continuar negociando seus processos de desvios de dinheiro público com governo e justiça.

Por que dizemos isso?

Todos os processos que impuseram derrota aos vereadores e prefeitos de Ipojuca, na justiça local, têm decisão diferente a nível estadual e Federal.

Porque lá, mais do que aqui, pesa o aspecto político, o apadrinhamento.

Esta prática é totalmente lesiva à sociedade e inaceitável por parte de qualquer político, menos ainda do governador do estado, pois fica claro que a parcialidade exclui da justiça os corruptos e os entrega para gerir à sociedade!

Por isso, nosso repúdio aos apadrinhamentos que tentam demonstrar força do candidato, mas lamentavelmente, esconde os interesses dos grupos econômicos que querem dispor do farto recurso municipal.

E nosso papel , neste processo, é fazer a análise e alertar , pois as conseqüências são exclusivamente nossas!

Fabiana Honório Presidente do Psol Ipojuca