(Foto: Blog de Jamildo) Por Gabriela López e Vinícius Sobreira Na noite da última sexta-feira (15), seis prefeituráveis do Recife participaram do debate organizado pelo Fórum LGBT de Pernambuco e pela ONG Leões do Norte.
O Blog de Jamildo foi convidado como representante da imprensa e, junto com a Leões do Norte, a AMOTRANS, o COMLÉS e o Fórum LGBT, elaborou perguntas para os candidatos.
O evento aconteceu na boate Metrópole e, dos oito postulantes à Prefeitura do Recife, só não foram convidados Esteves Jacinto (PRTB) e Edna Costa (PPL).
Debate do Fórum LGBT foi um sucesso.
Todos os candidatos contra a homofobia Geraldo Julio (PSB), candidato a prefeito do Recife, foi questionado pela presiente da AMOTRANS, Chopelli Santos, se no Hospital da Mulher, promessa de campanha do socialista, poderão ser atendidas as travestis e transsexuais.
O candidato socialista confirmou que “sim, os médicos do Hospital da Mulher receberão treinamento para atender a população de transsexuais e travestis”. “Atender de maneira diferente é ignorância”, disse Geraldo, que também prometeu criar um Centro de Referência no combate à homofobia.
Sobre a publicidade do Instituto Pró-Vida, cujo presidente apoia sua candidatura, Geraldo disse que “o coordenador estava no mesmo ato que eu.
Mas eu sou contra a homofobia e contra aquela publicidade”.
O socialista, que tem apoio da Assembleia de Deus e da Igreja Universal, disse que os apoios não mudam sua postura. “Tenho apoio deles, mas sou contra a homofobia”, reiterou.
Por sua vez, Humberto Costa (PT) teve mais uma vez que defender os 12 anos de gestão petista.
Ele garantiu que o partido promoveu ações de enfrentamento ao preconceito, como a capacitação da Guarda Municipal para lidar com o público LGBT, e o investimento na prevenção de doenças. “Também inserimos reivindicações da comunidade nas votações do Orçamento Partucipativo”, lembrou, pegando carona no programa do prefeito João da Costa (PT), que se mantém longe do palanque do correligionário após ter sido rifado pela própria legenda de tentar a reeleição.
Daniel Coelho (PSDB) fez questão de lembrar que é o fundador e primeiro presidente da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), tendo sido o fundador e o primeiro presidente da frente de mesmo nome na Câmara do Recife. “Tenho 13 Projetos de Lei apresentados voltado para a população LGBT”, disse o tucano, que diz ter militância antiga na causa. “Já tive encontros com os deputados federais de Pernambuco, pedindo que eles aprovem a PLC 122, que criminaliza a homofobia. “Ninguém é obrigado a concordar, mas é obrigado a aceitar e respeitar”, disse.
Já Mendonça Filho (DEM) exaltou seu histórico em prol da luta do público LGBT. “Eu participei de debates quando o PFL ainda existia.
Imaginem o que era um membro do PFL, naquela época, vir discutir questões LGBT… só depois que dei o primeiro passo é que os outros se sentiram à vontade para entrar na causa também”, destacou.
O democrata voltou a criticar o abandono do Centro do Recife e o atraso no pagamento do cachê dos artistas que se apresentam no Carnaval. “Precisamos resgatar a alegria e o vigor da cidade”.
O candidato do PSTU, Jair Pedro, se colocou como “a candidatura diferenciada”, por ser a única que coloca claramente pelo rompimento imediato com o formato capitalista de sociedade. “A necessidade de uma sociedade socialista é urgente”, disse.
O candidato disse que, se eleito, enviará à Câmara o Projeto de Lei do Assédio Moral e irá prender os donos das empresas homofóbicas.
Mas, quando questionado sobre o preparo da segurança pública para o atendimento à população LGBT, Jair Pedro fou superficial e disse que pretende acabar com a fome e outras violências sociais, para que a partir daí as pessoas se tornassem menos violentas.
O comunista Roberto Numeriano (PCB) falou da importância de reconhecer na municipalidade o nome social das travestis, completando que se eleito irá criar uma secretaria voltada para a população LGBT e que esta secretaria não atuará sozinha. “É importante que nós implementemos políticas transversais, englobando toda a estrutura de poder municipal, todas as secretarias, para não apenas reconhecê-los como LGBT, mas, acima de tudo, como pessoas comuns.
Temos que mostrar que isso é algo natural”, afirmou. (Foto: Blog de Jamildo)