Da Agência Estado Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) concluíram nesta quinta a votação do capítulo de lavagem de dinheiro do mensalão e decidiram condenar oito dos 10 réus acusados pelo crime.

O colegiado considerou que o grupo do publicitário Marcos Valério montou com a participação da cúpula do Banco Rural um esquema de lavagem de recursos de origem ilícita que foram repassados a políticos.

O julgamento será retomado na segunda-feira, com a análise da denúncia de compra de votos de parlamentares durante o primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Na sessão desta quinta-feira, os ministros concluíram pela culpa dos seguintes réus: Kátia Rabello, a ex-presidente e atual acionista do Rural; José Roberto Salgado, ex-vice-presidente do banco; Vinícius Samarane, ex-diretor e atual vice-presidente da instituição; o publicitário Marcos Valério e seus antigos sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach; Rogério Tolentino, ex-advogado das empresas de Valério; e, por último, a ex-diretora financeira da SMP&B Simone Vasconcelos.

O Supremo, contudo, absolveu por falta de provas a Ayanna Tenório, ex-vice-presidente do Rural, e Geiza Dias, ex-gerente financeira da SMP&B.

Todos os ministros votaram por livrar Ayanna e, no caso de Geiza, sete dos dez.

Apenas o relator da ação, Joaquim Barbosa, e os ministros Luiz Fux e Marco Aurélio Mello ficaram vencidos ao se posicionar a favor da condenação dela.

O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, deu o último voto da sessão.

Ele se manifestou pela condenação de oito dos dez réus, livrando apenas Ayanna e Geiza.

Numa rápida análise, o ministro fez uma questão de ressaltar que os crimes de lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta “não se confundem”.

Esse último crime foi apreciado anteriormente pela Corte.