(Foto: Gabriela López/Blog de Jamildo) O deputado federal Raul Henry, do PMDB, que foi obrigado a desistir de suas pretensões eleitorais no Recife, depois que o senador Jarbas Vasconcelos anunciou apoio ao PSB de Geraldo Júlio, afirmou, agora há pouco, no programa CBN Total, com Aldo Vilela, que o discurso do tucano Daniel Coelho chega a incomodar, por vários motivos. “É um discurso equivocado.
Ele é “o novo” e é “o bom”.
Todo mundo, 50 anos para atrás, é ruim, é o responsável pelas mazelas (do Recife).
Cada um tem o seu tempo, tem as suas contigências, dá a sua contribuição, na medida do possível.
Como a vida, é assim a política”, declarou Raul Henry.
Na avaliação de Raul Henry, o candidato do PSB é que acabou ocupando o discurso da mudança, sendo o único capaz de realizar a mudança que a cidade espera, com o apoio do PMDB de Jarbas Vasconcelos.
Enquanto isto, na sua avaliação, não havia como Humberto Costa (PT) não ficar no eixo da continuidade.
Analista político afirma que entrada de Jarbas no guia de Geraldo deve consolidar crescimento nas pesquisas Ex-PV, o candidato Daniel Coelho (PSDB) manteve a cor verde na sua campanha, mesmo trocando de partido.
No Recife, o PSDB é um partido de pouca expressão, associado à oposição aos dois políticos mais populares no Estado, o governador Eduardo Campos (PSB) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Até porque dizer que é “o novo” não corresponde a realidade.
Ele é político também, o pai teve participação no governo Jarbas, foi assessor especial.
Não dá para posar com este discurso de que veio de fora da política.
Carece de consistência ”, afirmou, em dado momento.
O deputado do PMDB disse que o discurso é ruim porque despolitiza a campanha e não corresonde a realidade dos fatos. “Todos estão no mesmo balaio e ele não?", questionou. “Ele chegou de Marte agora? É um discurso de que precisamos de um salvador, um discurso messiânico”, citou.
As falas podem ser interpretadas como uma primeira manobra para desconstruir o candidato tucano, que vem crescendo nas pesquisas, de modo a não prejudicar a campanha do socialista.
Datafolha: Geraldo abre 11 pontos de diferença para Humberto.
Daniel encosta no petista Com 34% das intenções de voto, o socialista saiu das últimas posições e alcançou a liderança isolada na corrida sucessória em menos de dois meses, com o apoio do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos.
Já o petista Humberto Costa, que liderava a pesquisa Datafolha de 19 e 20 de julho, com 35%, tem agora 23% e está tecnicamente empatado em segundo lugar com o tucano Daniel Coelho, que tem 19%.
A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
No ar, questionado pelo Blog de Jamildo se não estava com um pouco de dor de cotovelo, por não ter podido disputar as eleições este ano, Raul Henry disse que não. “Em 2008, eu fiz um discurso propositivo, discutia a cidade e apresentava propostas, como o Compaz, que é discutido até nesta campanha eleitoral”, observou.
Na verdade, o assunto foi incorporado pelo socialista, depois da adesão do PMDB de Jarbas a Eduardo Campos. “Nós fizemos uma discussão interna.
Eu participei de toda as discussões, houve um consenso no partido.
Com a oposição diluída, tivemos espírito público, tomando a decisão de avançar com o candidato do PSB”, frisou.
Raul Henry também afirmou que, como não fez pesquisa, não saberia dizer se os votos dele estariam ajudando a alimentar o crescimento do tucano.
Primeiro ou segundo turno?
No debate do CBN Total, perguntou-se a Raul Henry e a Augusto Coutinho, ambos deputados federais, se haveria segundo turno e quem poderia chegar lá.
O deputado do PMDB disse acreditar que a campanha vai para o segundo turno, mas preferiu não apontar quem seria o adversário do socialista Geraldo Júlio.
Ele declarou-se muito impressionado com o declínio de Humberto Costa, que clasificou como agudo, relacionando-o com um suposto esgotamento da cidade com o PT. “Fica claro”, observou.
Em nova pesquisa IPMN, Geraldo abra 17 pontos sobre Humberto.
Daniel tem 15% e Mendonça 5% Eleitor do democrata Mendonça Filho, o deputado federal do DEM afirmou que o correligionário estaria no segundo turno, embora reconhecendo as dificuldades da campanha.
Ele frisou que o menor tempo de TV e uma estrutura de campanha atrapalham. “Mesmo com o desastre do PT no Recife com João da Costa, há um eleitorado cativo.
Seria surpresa para mim se não acontecer um segundo turno”, destacou.