Por Fernando Castilho, do JC Negócios Alcir Lacerda era uma desses profissionais que a gente gosta tanto, admira tanto que a notícia sua subia para o “andar de cima” parece ser uma “barriga” termo que antigamente se usava pra identificar uma informação errada.
Não é.
Perdemos Alcir que durante mais de 60 anos foi uma espécie de referência no meio jornalístico.
Pela seriedade e integridade com que sempre se comportou.
Alcir era, e continuará sendo, referência de profissionalismo e de caráter, tanto para fotógrafos quanto para nós outros jornalistas de texto.
Seu Alcir fotografou por mais de meio século todas as transformações da cidade de da sociedade seu ateliê no Edifício Inalmar, na Avenida Dantas Barreto era centro de informação e de arrego de muito gente que pegava serviço de fotografia e não tinha como entregar.
Ou fazer porque não tinha equipamento nem dinheiro para copiar o serviço.
Era lá, na ACË Filmes que muitos fotógrafos pernambucanos iam pegar emprestado máquinas e material que Alcir ajudava.
Também era mestre da formação de profissionais e o mais importante na formação de comportamento ético.
A ACÊ filmes foi a escola de boa parte de nossos mais premiados fotógrafos, mas era uma espécie de retaguarda para quem fazia assessoria de imprensa para empresas.
Na década 60 e 70 o mercado de assessoria de comunicação não existia estruturalmente.
E nessa época era a ACÊ filmes quem dominava a fotografia publicitária.
Todas, literalmente todas, as agências de Pernambuco fotografavam com Alcir pela sua expertise nesse segmento.
Isso para não falar da sua parceria de qualidade com o velho Ítalo Bianchi, para quem Lacerda fotografou tudo que foi produto.
Poucas empresas tinham a sua assessoria e os serviços terceirizados eram contratados junto aos jornalistas que trabalhavam em jornais.
Alcir funcionava ainda como garantia de qualidade.
E ele fotografou tudo e de tudo no Recife e no Nordeste.
Nos tempos da Sudene a ACE Filmes dominava o mercado de grandes coberturas e de grandes eventos.
Era a experiência do velho Alcir ajudando aos novatos.
Alcir também era um colecionando de equipamentos de primeira qualidade.
Suas equipes fotografavam sempre como que tinha de melhor no mercado e mesmo com o cabelos brancos o “velho Alcir” estava sempre no meio das grandes coberturas.
Foi assim como P&B como Cor da Kodak e da Fuji e com as digitais.
O tempo passou, o mercado mudou e a ACE Filmes mudou de lugar e até o foco do mercado ficou cada vez mais especializado.
Mas sempre que alguém procurar referência de fotografia ia lá na Rua Tabira se aconselhar com seu Alcir.
No fundo, no fundo, a gente nunca vai esquecer de Alcir com sua espetacular coleção de máquinas top de linha fotografando gente e sua cidade.
Dá Saudade, mas a gente sabe que em algum lugar ele está de olho na gente.
Dando o click como só ele sabia fazer.