Foto: Priscilla Burh/JC Imagem Por Jamildo Melo O debate da Rede TV, neste domingo à noite, foi marcado pelas farpas entre os principais candidatos a prefeito do Recife, sobrando pouco espaço para a apresentação de propostas novas ou mesmo discussão dos problemas da cidade.
No primeiro bloco, o momento de maior tensão ocorreu com uma pegadinha de Mendonça Filho com Geraldo Júlio.
O democrata perguntou sobre um projeto da comunidade Vila Brasil, de forma genérica, sem dar mais detalhes.
O socialista, apesar de o PSB ocupar a vice-prefeitura e secretárias no governo do governo do PT há 12 anos, ficou sem resposta. “Não tenho conhecimento”, admitiu.
Mendonça ainda espezinhou, ao lembrar que o PSB conta com a Secretaria de Habitação, antes de falar do projeto habitacional no Coque e Coelhos, cuja ordem de serviço foi dada em 2009 e custaria R$ 19 milhões, mas estaria parado. “Mostrando o ritmo do PT e PSB” Na réplica possível, aparentemente para não ficar sem ter o que dizer, o socialista citou os investimentos do governo do Estado na Ilha de Deus e a operação reconstrução, na Mata Sul.
Mendonça já havia começado o primeiro bloco no ataque, respondendo uma pergunta de Humberto Costa sobre mobilidade.
Curiosamente, neste momento, Humberto Costa fez uma tímida defesa da gestão João da Costa, ao citar a Via Mangue como a maior obra viária da cidade.
Afiado, o democrata retrucou que o projeto vem desde João Paulo e só teria 25% executada.
Neste mesmo bloco, o petista aparentou ter perdido a paciência ao falar de educação com Daniel Coelho e ouvir críticas à gestão do PT em uma réplica. “(Daniel) não tem experiência, não foi secretário, faz o discurso do contra o tempo inteiro, mas discurso não resolve o problema da população”, criticou o adversário, que vem subindo nas pesquisas e precisa ser desconstruído pelos adversários.
No mesmo bloco, em debate com Geraldo Júlio, o tucano acusou o socialista de copiar propostas suas.
No ataque, ele disse que fazer upinhas não iria resolver o problema da saúde que João da Costa havia prometido várias escolas integrais, como o socilista, mas não as tirou do papel.
Chamou Geraldo Júlio de candidato da enrolação e disse que o marqueteiros é que faziam seu programa de governo. “Daniel Coelho falou um minuto e meio e não tem uma proposta.
Só blá-blá-blá”, criticou.
O terceiro bloco acabou trazendo um dos momentos de maior tensão, opondo o socialista Geraldo Júlio e Humberto Costa.
O petista fazia uma pergunta sobre o que ele faria pelos idosos do Recife se chegasse ao cargo de prefeito e concluiu uma das falas com uma ironia, depois que Geraldo Júlio falou que iria ajudar a ampliar as academias da cidade. “Geraldo Júlio diz que criou tudo no mundo… antes que ele diga que criou as academias da cidade, eu quero dizer que as criei”, bateu.
O troco veio a galope e de forma dura. “Eu não criei tudo no mundo, Humberto.
Mas eu ja te monitorei no secretariado e, no Executivo, pude ver os seus resultados”, afirmou, desconstruindo, mais uma vez, o oponente, como já havia feito com críticas a sua passagem pela secretria de Saúde do Recife e Ministério da Saúde.
A resposta de Humberto Costa só veio a ser dada no quarto bloco, aproveitando um questionamento feito pela produção do programa, curiosamente sobre o mensalão do PT.
Humberto Costa disse que a condenação de João Paulo Cunha, em São Paulo, não atrapalhava sua campanha. “A população tem desejo de mudança e quer alguém experiente.
Ela quer discutir os problemas da cidade.
Eu me coloco humildemente.
Não sou como gente arrogante que fica vomitando números e se mostra agressivo em suas colocações”, criticou, em uma indireta ao socialista.
Militâncias protagonizam primeiro embate do debate da Rede TV!
Farpas já no primeiro bloco do debate da Rede TV!
Mensalão entra na campanha do Recife Eu te monitorei e sei bem seu desempenho, solta Geraldo para Humberto Franco atirador No papel de fraco atirador, o tucano Daniel Coelho cunhou uma nova máxima, afirmando que não iria participar de concurso de promessas com os demais candidatos.
No entanto, ele próprio, ao falar de educação no Recife, prometeu elevar o salário dos professores ao melhor nível no Nordeste.
Em outro momento respondendo a uma questão de Mendonça Filho, afirmou que saneamento seria prioridade.
No terceiro bloco, em outra promessa, o petista Humberto Costa disse que iria rever os preços do contrato de lixo do Recife, se tivessem sobrepreço, ao ser questionado por Mendonça Filho sobre uma suposta elevação de 80% no preço do serviço. “O lixo no Recife é uma das histórias mais mal contadas, um horror”, criticou o democrata, em tom provocativo.
Humberto Costa havia argumentado que o preço subiu porque contrato-se mais gente e mais equipamentos, ampliando a coleta na cidade.
João da Costa Ausente da disputa majoritária, o prefeito João da Costa teve o nome lembrado no debate desta noite.
No segundo bloco, ao responder a uma pergunta da produção, inicialmente Humberto Costa citou que o PT teve fragilidades no Recife e que por isto ele atendeu a um pedido de Dilma e Lula para ser candidato, não sendo, assim, na sua avaliação um nome imposto pela direção nacional.
Depois, foi mais objetivo e disse que entendia a posição de joão da Costa, por estar magoado com o processo de escolha. “É um governo de continuidade e temos avanços importantes”, elogiou.
Evitou citar o caso de Maurício Rands, que abandonou a vida pública e o mandato de deputado federal, depois de ter sido obrigado a renunciar em favor de Humberto. “O PT briga para garantia melhoria de renda (vida) para as pessoas”, defendeu, aproveitando a mesma pergunta para responder a Mendonça Filho sobre o projeto da Vila Brasil. “A obra não está parada”, garantiu.
Mensalão No quarto bloco, ao responder a uma pergunta da produção sobre possíveis atritos entre Eduardo e Lula, Geraldo Júlio tentou afastar qualquer ameaça neste sentido e garantiu que Dilma estaria querendo melhorar a vida no Recife, como Eduardo Campos, com parcerias. “Vamos ter uma boa parceria com Dilma”.
Já Mendonça Filho pareceu demonstrar algum desconforto com uma pergunta da produção, sobre a rejeição nas pesquisas.
Ele disse que estava empatado com Humberto Costa e que isto era natural porque ambos eram mais conhecidos. “Não é relevante.
Não estamos preocupados com isto’.
Já Humberto Costa foi confrontado com o Mensalão e negou o que havia sido dito pelo coordenador financeiro de sua campanha, Dilson Peixoto, para quem o mensalão estava atrapalhando a sua campanha. “Não tem repercussão.
O povo já julgou reelegendo Lula e depois Dilma em 2010”, defendeu.
Humberto reconhece que Mensalão atrapalha o PT nas eleições Apelo final Nas considreações finais, Humberto Costa contestou as pesquisas e a campanha socialista, de forma indireta.
Ele pediu que o eleitor não entrasse em onda provocada pelo oba-oba das pesquisas e da propaganda.
Daniel reclamou do erro grave em eleger um candidato por indicação, apresentando-se como opção.
Geraldo Júlio fez questão de diferenciar-se daqueles que fazem campanha com arengas e intrigas, numa alusão ao PT, mas sempre frisando que seria parceiro de Dilma.
Mendonça Filho repetiu o bordão de que Humberto seria o remédio original e Geraldo o genérico, no governo PT/PSB, apresentando-se como uma mudança segura.