Por Ayrton Maciel No Jornal do Commercio desta quinta-feira A segunda parcial de prestação de contas sobre arrecadação e gastos dos candidatos majoritários a prefeito do Recife, divulgada ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revela que o candidato da Frente Popular do Recife, Geraldo Júlio (PSB), está disparadamente na dianteira dos demais concorrentes nos dois quesitos da campanha.

Com quatro vezes mais receita que o seu principal adversário, Humberto Costa (PT), Geraldo já arrecadou R$ 4,4 milhões, de diversas fontes, e gastou R$ 4,3 milhões.

Os números do TSE revelam que em segundo lugar vem Mendonça Filho (DEM), cuja candidatura arrecadou R$ 1,7 milhão, porém, gastou mais que a receita, apresentando uma despesa de R$ 1,9 milhão.

A conta justificaria as queixas dele sobre poucos recursos para a campanha.

A campanha do petista Humberto Costa, da coligação Para o Recife Seguir Mudando, ocupa a terceira colocação, em termos de arrecadação - o que explica as lamentações sobre dificuldades financeiras -, só conseguindo arrecadar R$ 1,1 milhão, contra uma despesa de R$ 1,1 milhão até o momento.

Das quatro grandes candidaturas, aparentemente a que teria maior dificuldade de receita, o tucano Daniel Coelho demonstrou ao TSE uma arrecadação de R$ 1,035 milhão, tendo gasto R$ 915 mil.

Para fechar a prestação de contas dos majoritários do Recife, Jair Pedro (PSTU), declarou ter arrecado R$ 1.040, doados pelo comitê financeiro de campanha, mas não apresentou as despesas.

Os demais candidatos do Recife não estão registrados no sistema do TSE na segunda parcial.

Quanto às origens do dinheiro, os maiores financiadores de Geraldo Julio são a direção nacional do PSB (R$ 3 mi), Indústria Bom Gosto (R$ 550 mil), Construtora OAS (R$ 250 mil) e ES Atacado (R$ 200 mil).

Na campanha de Mendonça Filho, a direção nacional do DEM é o maior doador: R$ 1,3 milhão.

No financiamento da campanha do senador Humberto Costa, a Construtora OAS é a principal doadora (R$ 500 mil), seguida pela nacional do PT (R$ 475 mil), e Daniel Coelho tem como maiores doadores a direção estadual do PSDB (R$ 700 mil), a nacional (R$ 100 mil) e o próprio candidato (R$ 100 mil).

A prestação de contas da arrecadação e das despesas dos candidatos majoritários e proporcionais é uma obrigação de campanha eleitoral, de acordo com a Resolução 23.376/2010, do TSE.

Segundo o artigo 60 da resolução, candidatos e partidos políticos estavam obrigados a entregar, de 28 de julho a 2 de agosto e 28 de agosto a 2 de setembro - na página do TSE, na internet -, os relatórios parciais, com a discriminação dos recursos (ou estimativas) em dinheiro que tenham recebido para financiamento da campanha eleitoral, com os nomes dos doadores e respectivos valores, e os gastos que realizarem.