Foto: Agência Brasil Da Agência Estado O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quinta pela condenação de três ex-dirigentes do Banco Rural pelo crime de gestão fraudulenta.

O ministro deu o nono voto pela condenação da ex-presidente e acionista do banco Kátia Rabello e do ex-vice-presidente de operações da instituição José Roberto Salgado e o sétimo a favor da condenação do ex-diretor e um dos atuais vice-presidentes do Banco Rural Vinícius Samarane.

Por outro lado, o ministro deu o oitavo voto para absolver Ayanna Tenório, ex-vice-presidente da instituição.

STF condena um dos vice-presidentes do Banco Rural STF condena cúpula do Rural por unanimidade No seu voto, Celso de Mello disse que a cúpula do Banco Rural formou um “núcleo criminoso estruturado e organizado com a divisão de tarefas” para cometer crimes com o intuito de obter benefícios econômicos.

O Ministério Público Federal acusou os ex-dirigentes do banco de conceder empréstimos milionários simulados às empresas de Marcos Valério e ao PT.

O ministro, o mais antigo em atividade na Corte, disse que Kátia Rabello e José Roberto Salgado deram “notável exemplo a ser evitado” por “desrespeito patente” e “desrespeito intencional” das regras das boas práticas bancárias. “A situação de risco que envolvia a concessão dos empréstimos era tão alarmante que envolvia a direção do banco”, ressaltou, ao ressaltar as “fragilidades” das garantias oferecidas por Valério e pelo PT para quitar os empréstimos.

Celso de Mello disse que Vinícius Samarane, então diretor do banco, participou “ativamente” da produção de relatórios “enganosos” para ocultar o fato de que os empréstimos não estavam sendo pagos e sequer reclassificados por conta do risco de calote.

O ministro votou pela absolvição de Ayanna Tenório, sem fundamentar sua posição.

Ele disse apenas que acompanhava o ministro Ricardo Lewandowski, revisor da ação.