(Foto: Guga Matos/JC Imagem) Em almoço realizado neste sábado (2), no Ateliê de Ferreira, em Campo Grande, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) afirmou que entrará no guia de Geraldo Julio (PSB) “na hora que ele quiser”.

O senador também disse que já acredita numa vitória socialista no primeiro turno e que a vinda de Lula à Pernambuco não deve marcar rompimento entre PT e PSB no plano nacional.

Jarbas sai em defesa de João da Costa e diz que Humberto está desesperado “Não acredito que Lula venha para o Recife repetir o que falou em Belo Horizonte.

Eu não sou correligionário dele, mas Eduardo é, faz parte da base do governo (Federal), diferente de mim.

Quando me incorporei à Frente Popular eu disse isso.

Querer chamar Eduardo de traidor é um despropósito.” Na última sexta-feira (31), em comício realizado em Belo Horizonte, cidade em que - como no Recife e em Fortaleza - o PSB rompeu com o PT, o ex-presidente Lula (PT), padrinho político de Eduardo Campos (PSB), deu uma declaração afirmando que “aqueles que o PT ajudou a chegar ao poder não querem mais ficar com o PT”.

A frase foi interpretada como uma confirmação do que a cúpula nacional do PT tem afirmado, que Lula estaria “desiludido” com as articulações políticas de Eduardo, e acaba com a tese socialista de que a opinião seria compartilhadas por alguns petistas, mas não pelo ex-presidente.

Jarbas, todavia, não crê que Lula repetirá o discurso na visita ao Recife - o que não deixaria dúvidas do mal estar entre o “padrinho” petista e o “afilhado” socialista.

A aliança, após 22 anos, entre Jarbas e Eduardo Campos não foi bem vista pela cúpula do PT, já que Jarbas é “anti-PT” declarado.

Mas, para o senador peemedebista, a disputa do Recife não deve ser nacionalizada.

Geraldo Julio diz não estar incomodado com ataques nos guias de tv “Estamos disputando uma eleição municipal.

Querer nacionalizar uma eleição de Pernambuco é algo que só acontece se a gente quiser.

Eu não vou nacionalizar e muito menos o governador. É uma questão de província, do Recife.

A cidade está mal cuidada.

A ogeriza não é com o prefeito, mas com quem botou ele lá, com quem disse que João era João. É local.

Uma declaração afirmando que Eduardo é “traidor” seria muito desequilíbrio, muito desajuste.” Lula solta farpa contra Eduardo, que silencia Questionado sobre a influência que pode ter a vinda de Lula ao Recife poderia ter na campanha de Humberto, Jarbas afirmou que a visita do ex-presidente não deve fazer diferença no cenário do Recife. “Não é desvalorizando Lula.

Mas eleição municipal é uma coisa, eleição nacional e regional é outra.

Se estivéssemos disputando eleição para governador Lula teria muito mais peso.

Para presidente é mais forte ainda.

Mas para uma eleição municipal, com a desaprovação da gestão do PT aqui, não acho que seja eficiente.

Mas não vou aqui falar de Lula.

O que tenho para falar sobre ele, falo na tribuna do senado ou num outro momento.

Mas não agora, aqui no Recife.” Jarbas Vasconcelos também mostrou confiança numa possível vitória do candidato da Frente Popular, Geraldo Julio (PSB), já no primeiro turno. “Eu não acreditava em eleição no primeiro turno, mas passei a acreditar”, afirmou. “Na proporção de crescimento de Geraldo, em que ele já aparece empatado com Humberto no Datafolha, acho que ele pode sim levar no primeiro turno.

Mas na nossa cabeça, a nossa preparação, é para uma eleição de dois turnos”, completou.

Guia - Desafiado por Humberto Costa (PT) a colocar Jarbas Vasconcelos (PMDB) no guia, Geraldo Julio (PSB) já entrou em contato com o senador peemedebista para fazer gravações para inserções televisivas e caminhadas.

Jarbas disse que já está a disposição de Geraldo a partir desta semana e afirmou que vai participar.

Humberto Costa desafia Geraldo Julio a colocar Jarbas Vasconcelos no guia eleitoral “Geraldo já falou comigo se eu poderia fazer uma gravação com ele falando sobre os bairros.

Eu disse “a hora que você quiser”.

Estou concentrando em Brasília, mas não estou lá toda semana.

Não sou muito de aparecer, vocês sabem.

Mas esta semana eu já fui liberado para caminhar a partir de terça.

Estou completando hoje 80 dias de operado.

Os médicos queriam que eu esperasse até os 90 dias, mas falta só um mês para as eleições.

Vou participar das campanhas de Geraldo e do meu filho (Jarbas Filho, candidato a vereador pelo PMDB).” Mas por enquanto o espaço do PMDB na campanha de Geraldo está sendo ocupado pelo deputado federal Raul Henry, que se colocou como candidato a prefeito até o início de junho, quando decidiu pela aliança com o PSB. “O PMDB abriu mão de uma candidatura majoritária, a de Raul Henry, um quadro qualificado.

Abrimos mão de disputar a Prefeitura.

Inclusive fui eu que procurei Raul e disse que ele aparecesse no guia eleitoral e que procurasse levar algumas de suas mensagens, de seus projetos, para a candidatura.

Ocupar esse espaço do PMDB.

E é isso o que ele está fazendo.

Não sou eu que vou meter o pé pelas mãos, atropelar Raul.” PMDB na Frente Popular - Jarbas também afirmou não sentir qualquer desconforto com a aliança, após 22 anos, com o PSB de Eduardo Campos.

O senador disse ser uma aliança “para salvar o Recife” e que ex-aliados como Mendonça Filho (DEM), vice-governador durante a gestão de Jarbas, não estariam realmente desconfortáveis com a mudança no palanque estadual.

Em nota oficial, PMDB anuncia apoio ao PSB “Para mim não há nenhum desconforto em participar de algo que eu já participei.

Já fui um dos líderes da Frente Popular de Pernambuco. É assim.

Toda aliança nasce, cresce, vive e morre.

Temos algumas eleições ainda pela frente.

Ela (a aliança) ainda está no doce.” A resposta de Jarbas foi a um questionamento sobre a “mudança de lado” do seu partido, que se opôs às candidaturas da Frente nas últimas quatro eleições. “O PMDB e eu definimos quem é o adversário.

E é o PT.

Nunca tive entendimento com o PT, nunca eles me apoiaram ou eu os apoiei.

Só votei em Lula em 1989, porque tive que optar entre Lula e Collor”, completou.

Jarbas justifica aliança com o PSB: a oposição não se entendeu, não tinha unidade “Eles do PT esqueceram que a gente (PSB e PMDB) se juntou por conta do Recife.

Já conversávamos politicamente, eu e Eduardo, e a gente, o PMDB e eu, ambos decidimos por voltar à Frente Popular.

O desmantelo praticado pelo PT no Recife é de tal grandeza que nos obrigou a nos unir para salvar a cidade.” Questionado sobre a reação de Mendonça Filho (DEM) após o anúncio da aliança, Jarbas preferiu se esquivar, afirmando que não há mal estar. “Meus ex-aliados estão muito satisfeitos com o fato de eu ter voltado à Frente Popular”, finalizou.

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