Por Otávio Luiz Machado* Embora os chamados ativismos de jovens que estão fazendo protestos em cima das propagandas políticas eleitorais em várias partes do País estejam sendo interpretados como puro vandalismo, o que percebemos vai além de puro ato de expurgar banners que estão impedidos pedestres de se locomover nas calçadas ou descumprindo aquilo que conhecemos “não pise na grama”, considerando que os cavaletes de propaganda ocupam ocupando jardins e áreas sensíveis que precisam ser preservadas de qualquer forma.

Sobre o que esses jovens protestam vai além do simples ato de aventura ou de diversão, mas querem sim chamar a atenção para que sejam levados a sério, porque o que retratam os banners e as próprias mensagens sobre e para os jovens nos guias eleitorais da maioria dos candidatos acabam não contemplando as expectativas de parcelas da juventude.

Os jovens querem mudança, mas querem fazer parte dela.

O que os retratos dos candidatos retratam é que eles irão fazer acontecer para toda a população, mas se esquecem que quem irá de fato construir o País para os próximos anos são as crianças, os adolescentes e os jovens de hoje.

Talvez falte aos marqueteiros e aos candidatos ouvir a música abaixo na voz de Charlie Brown Jr.

E Negra Lee, porque “o que eu consigo ver é só um terço do problema, é o sistema que tem de mudar”, o que significa que “não se pode parar de lutar, porque não se muda”, embora sempre é preciso considerar que “a juventude tem que estar afim”.

A mensagem de muitos candidatos no guia eleitoral é que vivemos ou viveremos numa ilha da fantasia.

Quando não é a cidade, é o Estado de Pernambuco.

Um candidato não pode se portar como aquelas profissionais que são preparadas para produzir fantasias, mas precisam agir com responsabilidade quando aparecem para milhares de pessoas.

No seriado “Ilha da Fantasia” é possível você realizar qualquer desejo, mas no mundo real é bem diferente.

Também temos os candidatos que estão mais para o Macgiver do seriado do que para alguém que de fato vão realizar as mudanças que todos querem, mas se apresentam como pessoas que podem fazer qualquer coisa e resolver qualquer problema de qualquer jeito além dos limites da imaginação.

Os jovens no mundo real estão protestando contra esse tipo de manipulação dos sonhos juvenis, que ora tentam criar um cenário da cidade que ainda está muito longe da realidade, ou ora tentam colocar como a solução dos problemas da cidade falsos líderes que se limitam a dizer “eu sou tudo” e não possuem visão de que serão as gerações de hoje que poderão efetivar fazer a cidade do amanhã caso de fato sejam formadas para a cidadania e tenham exemplos e lições dos que irão assumir os postos mais avançados.

O vandativismo tem sido uma prática em várias cidades do País, que consiste não apenas em destruir as propagandas, mas afixar à base de cola sem danificar as propagandas visando apenas deixar uma mensagem diferente daquela que lá está, inclusive chamando os candidatos para o cumprimento da lei que não permite a poluição ou o má uso dos objetos durante a eleição.

Que saibamos compreender tais protestos, pois eles são uma forma de mobilização de vários jovens para que seus direitos não sejam desrespeitados num momento de afirmação da cidadania.