As vendas do varejo em geral do Grande Recife aumentaram 1,55% em julho na comparação com junho deste ano.

Quando se incluem as concessionárias de veículos o percentual é de 1,35%, refletindo o fato de que estas, embora retomando o crescimento após a redução do IPI, não repetem o desempenho do ano passado.

Tanto é assim que, embora tendo se expandido 2,38% em relação a junho, o faturamento das concessionárias diminuiu 9% no confronto com julho de 2011 e acumula um recuo de mais de 15% em 2012.

Este é o resultado do levantamento feito pelo departamento de pesquisa da Federação do Comércio de Pernambuco (Fecomércio-PE).

Todavia, o varejo do Grande Recife acumula um bom resultado este ano.

Até julho as vendas cresceram 1,81% que aumenta para quase 6,5% quando não são computadas as revendas de veículos, único ramo de atividade que apresenta recuo no período. “Em contraponto, as maiores variações acumuladas no ano são as de lojas de utilidades domésticas que concentram os eletroeletrônicos e materiais de construção, acima de 9%, fortemente influenciadas pela política de incentivos tributários do governo federal, com vistas a fomentar a demanda nesses ramos”, explica o consultor da Fecomércio, Luiz Kehrle.

O destaque principal da pesquisa em julho, comparado com junho, é o incremento de quase 15% das vendas de utilidades domésticas, em grande parte em resposta aos estímulos concedidos à chamada linha branca.

Na verdade, a esses incentivos deve ser creditado uma boa parte do bom desempenho do comércio em julho, com crescimento de mais de 6,5% em todo o segmento de Bens de Consumo Duráveis, que, entre outros, inclui os ramos de móveis e decorações e utilidades domésticas, ambos beneficiados pela redução do IPI.

Em relação ao mercado de trabalho e aos salários, o varejo inicia bem o segundo semestre.

Embora o nível de emprego em julho tenha se mantido praticamente inalterado em relação a junho, no acumulado do ano registra-se aumento de cerca de 3%.

Quanto a massa salarial o retrospecto é ainda melhor: alta de mais de 8% no acumulado do ano, mais de 7,7% na comparação com julho passado, além de um significativo crescimento na comparação com o mês anterior devido ao dissídio coletivo, quer sejam levadas em conta ou não as concessionárias de veículos.

PROGNÓSTICO - O varejo iniciou o segundo semestre em crescimento desacelerado, repetindo o padrão do semestre anterior.

Todavia a expectativa atual é que, à medida que se avance para o término do ano, as vendas voltem a se acelerar, a despeito da previsão de expansão do PIB nacional abaixo de 2% em 2012. “Espera-se que já a partir do terceiro trimestre a renda nacional recupere a dinâmica aceleracionista, ainda que tênue, sem repercussão significativa sobre os preços, que devem fechar o ano com alta no entorno de 5,2%, bem abaixo da banda superior da meta inflacionária”, ressalta o também consultor da Fecomércio, José Fernandes de Menezes.

Essa elevação e o conseqüente aumento do emprego, auxiliado pelo crescimento da oferta de crédito e previsível manutenção de incentivos tributários deverão criar as bases para o aumento do varejo em todo o Brasil.

Em Pernambuco, a expectativa é de crescimento do PIB cerca de dois pontos percentuais acima da média nacional, com incremento ainda maior na Região Metropolitana do Recife, o que permite a continuidade do prognóstico de um ano de bons resultados para o varejo.

Todavia, em função dos resultados do primeiro semestre, nossa previsão é de aumento nas vendas entre 4% e 5% este ano, cerca de 1,5% abaixo do previsto em janeiro, dando sequência a um ciclo de crescimento de nove anos ininterruptos.