Na Folha de São Paulo Depois de dez meses de boicote, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) aceitou ontem pedir votos para o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.

Ela anunciou a decisão após almoço com o ex-presidente Lula.

Os dois estavam estremecidos desde que o fim de 2011, quando ele a impediu de disputar a prefeitura após duas derrotas seguidas. “Sempre disse que quando começasse a campanha de fato e eu soubesse que faria a diferença, entraria. É isso que eu vou fazer”, disse Marta.

Embora o comando da campanha só contasse com gravações para a propaganda de rádio e TV, ela também prometeu participar de atos públicos com Haddad. “Até dei sugestão de alguns lugares onde acho importante ter comício”, disse.

Nos últimos meses, Marta demonstrou mágoa com o PT e deu declarações negativas para o candidato.

Criticou a aliança com o ex-prefeito Paulo Maluf (PP) e chegou a ironizar o slogan do petista, dizendo que “não basta o novo” para vencer a eleição.

Ontem ela evitou responder a uma pergunta sobre o apoio de Maluf à coligação. “Lula me ligou para falar do almoço e disse que o clima com ela está ótimo”, relatou Haddad à Folha, em tom de alívio.

Ele pretendia ligar para a senadora ontem à noite e agradecer sua adesão.

A entrada de Marta na campanha é considerada fundamental para melhorar a performance do candidato em redutos petistas na periferia, onde Celso Russomanno (PRB) lidera as pesquisas.

Ela disse não se preocupar com o desempenho de Haddad, que aparece em terceiro lugar no Datafolha, com 8%.

Marta ironizou o adversário José Serra (PSDB) e projetou um segundo turno entre Haddad e Russomanno. “Eu acho que vai virar [ A ELEIÇÃO].

Acho que vai virar tanto que é capaz de irem Russomanno e o Haddad.

Tem candidato caindo, né?”, disse, referindo-se ao tucano.

Sobre a propaganda de Serra que acusou Haddad de propor um “bilhete mensaleiro”, ela afirmou: “Ué, tem que apelar para tudo.

Vai apelar para que?

O Bilhete Único mensal é maravilhoso.” Ontem a Justiça Eleitoral negou pedido de direito de resposta feito pelo PT.

O partido marcou para a próxima terça-feira, dia 4, o primeiro ato público do candidato com Lula: um encontro com sindicalistas na Quadra dos Bancários, no centro.

Segundo dirigentes da campanha, o evento é organizado pelo presidente estadual da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Adi dos Santos Lima.

Também são esperados representantes das centrais CTB, UGT e CGTB.