Na Folha de São Paulo O baixo desempenho dos candidatos petistas em pesquisas eleitorais feitas no Nordeste acendeu o sinal de alerta na cúpula da sigla.
Os levantamentos indicam que, apesar de ter candidato próprio em 7 das 9 capitais da região, em só uma, Recife, o partido lidera, com Humberto Costa, que no entanto caiu oito pontos percentuais desde o início da disputa.
Nas outras duas capitais, os candidatos apoiados pelo PT também enfrentam dificuldades.
Em Maceió, o pedetista Ronaldo Lessa está em empate técnico com o tucano Rui Palmeira.
Em Aracaju, Valadares Filho (PSB) está mais de 40 pontos atrás de João Alves Filho (DEM).
Se as posições das pesquisas forem corroboradas nas urnas, o resultado deste ano será ainda pior que o do pleito municipal anterior, em 2008, quando o PT lançou nomes em sete capitais e venceu em duas (Recife e Fortaleza).
Ainda assim, naquele ano, passado o segundo turno, sete das nove capitais terminaram nas mãos de partidos da base aliada.
Hoje, segundo os levantamentos, a oposição lidera em quatro capitais com ao menos dez pontos de diferença.
Em outras duas, está na frente, mas com vantagens menores.
A importância estratégica do Nordeste se evidenciou na eleição presidencial, na qual Dilma venceu em todos os Estados da região e conquistou 18 milhões de votos, mais que o dobro do tucano José Serra.
O PT não aponta causas para o atual cenário, mas alguns fatores ajudam a explicá-lo.
Nelson Pelegrino, candidato petista em Salvador, não decola devido ao efeito negativo das greves dos professores no Estado comandado por Jaques Wagner (PT), segundo integrantes do partido.
No Recife, o efeito do racha entre PT e PSB, do governador Eduardo Campos, é tido como um dos elementos da queda de Humberto Costa.
Já o candidato do partido em Fortaleza, Elmano de Freitas, passaria pelo mesmo problema de Fernando Haddad em São Paulo: ainda não é conhecido pelos eleitores.
MOBILIZAÇÃO A conjuntura foi apresentada nesta semana em reunião da cúpula do PT em São Paulo, quando o comando do partido se debruçou sobre dados das disputas em todo o país. “Temos de mobilizar as lideranças para fazer acompanhamento minucioso e tentar reverter alguns cenários”, disse o coordenador da bancada do Nordeste e vice-presidente do PT, José Guimarães (CE). “Temos potencial, mas os candidatos ainda não decolaram.
Não deixa de ser um sinal de alerta.” Antes disposto a atuar apenas em algumas cidades -como São Paulo, Recife e Belo Horizonte- o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recrutado para ajudar Pelegrino na Bahia.
Também serão convocados a participar das campanhas na região os ministros Alexandre Padilha (Saúde), Paulo Bernardo (Comunicação) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil).